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Mercado aéreo brasileiro foi o que mais cresceu em março no mundo, diz diretor da Iata

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Foto: Sasha Freemind/Unsplash

A demanda aérea do Brasil dobrou em março deste ano na comparação com março de 2021, figurando como o maior salto entre as economias avaliadas pela Associação Internacional de Transporte Aéreo (Iata, na sigla em inglês) no mês, disse Dany Oliveira, diretor-geral da associação no Brasil, em conversa com o Valor. A segunda maior alta foi dos Estados Unidos, com 70%. O resultado, segundo Oliveira, mostra a força do setor no país, mas as inseguranças regulatórias têm deixado o mercado internacional confuso sobre qual será o futuro da aviação por aqui.

“Essa conversa de volta da gratuidade de bagagem traz insegurança e confunde o investidor”, disse Oliveira. O fim da gratuidade da bagagem foi aprovado em 2016 por uma resolução da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac). De lá para cá, o Congresso já tentou retomar a gratuidade por pelo menos duas vezes (em 2019 e mais recente no início deste ano, condicionando a manutenção da regra a descontos nas passagens de parlamentares).

A mais nova empreitada para derrubar a gratuidade passou na MP do Voo Simples, aprovada pela Câmara. O governo já sinalizou que irá vetar o artigo que traz a volta da gratuidade, mas a repercussão negativa do texto fez muitas empresas de low cost (que oferecem baixas tarifas), que estudam o mercado brasileiro, se manifestar, como a JetSmart, Flybondi e Viva Air.

Oliveira defendeu ainda que o setor precisa vencer desafios regulatórios para conseguir atrair novas empresas, em especial as de baixo custo.

Globalmente, a demanda do setor em março (medida em RPK) apresentou alta de 76% na comparação com 2021. Segundo a associação, o resultado para o mês representa o ponto mais próximo do pré-pandemia em volume – embora ainda registre queda de 41% na comparação com igual mês de 2019.

O tráfego doméstico de março de 2022 aumentou 11,7% em relação ao mesmo período do ano passado, mas ficou 23,2% abaixo do registrado em igual mês de 2019. Já a demanda internacional saltou 285,3% em março contra 2021 (ante 2019, a demanda caiu 51,9%).

Fonte: Valor Invest

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