BC ganha prêmio por gerir bem as reservas — usando até ETFs

BC brasileiro já havia ganhado dois prêmios: Gerenciamento de Riscos e Melhor Site de Banco Central

O Banco Central do Brasil recebeu o prêmio de Melhor Gestor de Reservas em 2023 da prestigiosa publicação britânica Central Banking.

A cada ano, a revista seleciona os destaques em 13 categorias. Em 2020 o BC brasileiro já havia ganhado dois prêmios: Gerenciamento de Riscos e Melhor Site de Banco Central.
Nos últimos cinco anos, o BC fez uma profunda reestruturação da gestão de seus mais de US$ 300 bilhões em reservas internacionais. Em meio às tempestades recentes nos mercados, a instituição implementou novas estratégias de alocação, diversificou os instrumentos financeiros utilizados e desenvolveu in-house sistemas de negociação.
Entre as mudanças na gestão dos ativos, os investimentos em ações, que eram antes feitos em índices futuros, passaram a usar ETFs, com ganho em custos e facilidade de operação. Aproveitando essa experiência, o novo portfólio de títulos corporativos em dólares e euros foi todo implementado usando ETFs, disse a Central Banking.

A implementação da carteira de títulos na moeda chinesa demorou dois anos para ser viabilizada porque foi necessário discutir contratos e desenvolver sistemas internos capazes de processar adequadamente a negociação, liquidação e custódia dos papéis.

No que diz respeito aos processos, o BC atualizou a governança para ter maior agilidade na alocação.

Anteriormente, as estratégias eram tomadas apenas nas reuniões trimestrais do comitê de investimentos – o que, diz a Central Banking, resultava na perda de oportunidades em razão da demora na tomada de decisões.

Coincidindo com esta reestruturação da gestão, o BC reduziu proporcionalmente a participação do dólar e do euro nas reservas e aumentou sua exposição à moeda chinesa.
Em dezembro – o dado mais recente – 80,42% das reservas brasileiras estavam denominadas em dólar. O renminbi ocupava a segunda colocação, com uma fatia de 5,73% — acima do euro, com 4,74% do total.

Na sequência estão os ativos em libra esterlina (3,15%), ouro (2,52%), e iene (1,86%).
Segundo o BC, a política de investimento das reservas internacionais é definida em função de objetivos estratégicos de longo prazo. “Os parâmetros para a alocação consideram a gestão integrada de ativos e passivos, diversificação, caráter anticíclico da carteira, entre outros aspectos apresentados no Relatório de Gestão das Reservas Internacionais,” disse o BC em nota ao Brazil Journal.

O aumento da participação do renmimbi aconteceu em 2021, quando a Autoridade Monetária buscou maior diversificação na alocação de moedas das reservas. Em 2022, não houve variações significativas na carteira.

Giuliano Guandalini – Brazil Journal

Artigos Relacionados

Redes Sociais

0FãsCurtir
0SeguidoresSeguir
100InscritosInscrever

Últimas Publicações