Câncer: medicamento elimina a doença durante estudo

É a primeira vez na história que os cientistas obtêm o resultado

Um pequeno estudo com um medicamento para pacientes com câncer retal surpreendeu os cientistas pelo resultado. Dos 12 pacientes que fizeram o mesmo tratamento com imunoterapia (que usa o sistema imunológico do paciente para combater a doença), todos tiveram uma notícia animadora: o câncer havia desaparecido, ficando indetectável em exames físicos, endoscopia, tomografia e ressonância magnética.

“Acredito que esta seja a primeira vez que isso acontece na história do câncer”, disse o autor do estudo, Luis Diaz Jr., do Centro de Câncer Memorial Sloan Kettering. O artigo foi publicado em 5 de junho na revista científica New England Journal of Medicine.

O estudo foi patrocinado pela empresa farmacêutica GlaxoSmithKline. O artigo foi apresentado na reunião anual da Sociedade Americana de Oncologia Clínica.

O estudo

Os pacientes receberam o dostarlimab, um medicamento conhecido por ser inibidor de pontos de controle. Foram escolhidos pacientes com câncer retal localmente avançado — tumores que se espalharam no reto e às vezes para os gânglios linfáticos, mas não para outros órgãos.

A medicação foi dada a cada três semanas durante seis meses e custou cerca de US$ 11 mil (cerca de R$ 52 mil) por dose. O medicamento ajudou a desmascarar as células cancerosas, permitindo que o sistema imunológico identificasse quais eram elas e as destruísse. Segundo os pesquisadores, não houve efeito colateral significativo.

Resultados

Os pacientes que enfrentam câncer retal passam por uma dura rotina de tratamento, com quimioterapia, radioterapia e cirurgia.

Os 12 pacientes que participaram do estudo acreditavam que, ao terminar a pesquisa, teriam de passar por esses procedimentos, porque ninguém esperava realmente que os tumores desaparecessem. No entanto, tiveram uma surpresa: nenhum tratamento adicional foi necessário.

Em um editorial que acompanha o artigo, Hanna Sanoff, do Centro Abrangente de Câncer Lineberger, da Universidade da Carolina do Norte, que não participou do estudo, o chamou de “pequeno, mas interessante”.

Os autores do estudos disseram na conclusão da pesquisa que, apesar dos resultados promissores, “é necessário um acompanhamento mais longo para avaliar a duração da resposta”.

Quatro pacientes que foram submetidos ao tratamento, entre os médicos autores do estudo Luis Diaz e Andrea Cercek | Foto: Divulgação

Revista Oeste

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