Luiz Alves de Lima e Silva, o Duque de Caxias, nasceu em 25 de agosto de 1803, na fazenda São Paulo, Vila de Porto da Estrela, na Capitania do Rio de Janeiro, quando o Brasil era Vice-Reino de Portugal onde hoje é o município de Duque de Caxias no estado do Rio de Janeiro.
Filho do Marechal de Campo Francisco de Lima e Silva e de D. Mariana Cândida de Oliveira Belo, Caxias começou cedo a participar da história do Brasil quando foi titulado Cadete de 1ª Classe, aos 5 anos de idade pela família real em 1808 para ajudar na criação do príncipe herdeiro, sendo essa sua primeira missão.
Em 1818, aos quinze anos de idade, matriculou-se na Academia Real Militar, de onde foi promovido a Tenente, em 1821, para servir no 1º Batalhão de Fuzileiros, Unidade de elite do Exército Real.
Com o retorno da Família Real para Portugal e a proclamação da independência do Brasil, Caxias imediatamente toma a iniciativa de organizar em outubro de 1822, no Campo de Santana, a Imperial Guarda de Honra e o Batalhão do Imperador, integrado por 800 militares escolhidos diretamente por ele na tropa.
O Primeiro ciclo de ações pacificadoras na história do Tenente Luiz Alves de Lima e Silva se inicia ao receber das mãos do Imperador D. Pedro I a bandeira do Império recém-criada, na Capela Imperial, em 10 de novembro de 1822, símbolo de novas responsabilidades. No dia 3 de junho de 1823, o jovem militar tem seu batismo de fogo, quando o Batalhão do Imperador foi destacado para a Bahia, onde pacificaria um movimento contra a independência do Brasil. No retorno dessa campanha, recebeu o título que mais prezou durante a sua vida – o de Veterano da Independência.
Um longo ciclo de questões internacionais na região do Prata se inicia em 1825, com a Campanha da Cisplatina e já Capitão, Luiz Alves desloca-se para os pampas, junto com o Batalhão do Imperador. Sua bravura e competência como comandante e líder o fazem merecedor de condecorações e comandos sucessivos, retornando da campanha no posto de major.
Casou-se em 1833, no Rio de Janeiro, com Luíza de Loreto Carneiro Viana, que foi sua companheira por décadas.
Foi promovido em 1837 a Tenente-coronel e parte para pacificar a província do Maranhão, onde havia se iniciado o movimento da Balaiada. Em dezembro de 1839 é promovido a Coronel e, por Carta Imperial, nomeado presidente da província do Maranhão e Comandante-geral das Forças em operações, para que as providências civis e militares emanassem de uma única autoridade. Em agosto de 1840, mercê de seus feitos em pleno campo de batalha, Caxias foi nomeado Veador de Suas Altezas Imperiais.
Seu biógrafo Padre Joaquim Pinto de Campos relatou que em julho de 1841, em atenção aos “serviços prestados na pacificação do Maranhão, foi-lhe conferido o título nobiliárquico de Barão de Caxias, que significava a disciplina superior, capacidade de administração, vitória, justiça, lealdade e glória”.
Ainda em 1841, Caxias é promovido a Brigadeiro e, em seguida, eleito unanimemente deputado à Assembleia Legislativa pela província do Maranhão e, já em março de 1842, é investido no cargo de Comandante das Armas da Corte. Em maio de 1842, iniciava-se um levante na província de São Paulo, suscitado pelo Partido Liberal.
D. Pedro II, com receio de que esse movimento, alastrando-se, viesse fundir-se com a revolta farroupilha, que se desenvolvia no sul do Império, resolve chamar Caxias para pacificar a região. Assim, o Brigadeiro Lima e Silva é nomeado Comandante-chefe das Forças em operações da província de São Paulo e, ainda, Vice-Presidente dessa província. Cumprida a missão em pouco mais de um mês, o Governo, temeroso que a revolta envolvesse a província das Minas Gerais, nomeia Caxias Comandante do Exército pacificador naquela região, ainda no ano de 1842. Já no início do mês de setembro, a revolta estava abafada e a província, pacificada. No dia 30 de julho de 1842, “pelos relevantes serviços prestados nas províncias de São Paulo e Minas”, é promovido ao posto de Marechal de Campo graduado, quando não contava sequer quarenta anos de idade.
Como pacificador, em 1842 Caxias foi nomeado Comandante-chefe do Exército em operações e Presidente da província do Rio Grande do Sul com missão de pacificar a Farroupilha. Chegando a Porto Alegre, Caxias emitiu um manifesto cívico histórico; “Lembrai-vos que a poucos passos de vós está o inimigo de todos nós – o inimigo de nossa raça e de tradição. Não pode tardar que nos meçamos com os soldados de Oribe e Rosas; guardemos para então as nossas espadas e o nosso sangue. Abracemo-nos para marcharmos, não peito a peito, mas ombro a ombro, em defesa da Pátria, que é a nossa mãe comum”.
Sua atuação sempre marcada pela simplicidade, humanidade e altruísmo com que conduzia negociações e o honroso campo da luta sem igual firmeza na busca da pacificação é pois, com justa razão que Caxias foi proclamado não só Conselheiro da Paz mas também o Pacificador do Brasil – epíteto perpetuado pelos atos de bravura e triunfo.
Em 1845, Caxias é efetivado no posto de Marechal de Campo e é elevado a Conde, sendo em seguida indicado para Senador do Império pela província do Rio Grande do Sul, que pacificara há pouco, tomando posse em 1847.
Os Conflitos fronteiriços no Rio Grande do Sul levaram Caxias a ser nomeado presidente da província e Comandante-chefe do Exército do Sul, tendo como principal missão preparar e executar a pacificação do Império brasileiro com o Uruguai, missão cumprida com louvor.
Em 1857, assume a presidência do Conselho de Ministros do Império, cargo que voltaria a ocupar em 1861, cumulativamente com o de Ministro da Guerra. Em 1862, foi graduado Marechal do Exército, assumindo novamente a função de Senador no ano de 1863.
Um grande desafio começa em 1865, quando iniciou-se a Campanha da Tríplice Aliança, reunindo Brasil, Argentina e Uruguai contra as Forças paraguaias de Solano Lopez. Em 1866, Caxias é nomeado Comandante-chefe das Forças do Império em operações contra o Paraguai, mesma época em que é efetivado Marechal do Exército.
Cabe destacar que, comprovando as suas elevadas capacidades como líder, Caxias utiliza, pela primeira vez no continente americano, a aerostação (balão) em operações militares, para fazer a vigilância e obter informações sobre a área de operações.
Sua liderança atinge a plenitude no seu esforço para concitar seus homens à luta na travessia da ponte sobre o arroio Itororó – “Sigam-me os que forem brasileiros”. Caxias só deu por finda sua gloriosa jornada ao ser tomada a cidade de Assunção, capital do Paraguai, em 1º de janeiro de 1869.
Em 1875, pela terceira vez, é nomeado Ministro da Guerra e presidente do Conselho de Ministros. Caxias ainda participaria de fatos marcantes da história do Brasil, como a Questão Religiosa, o afastamento de D. Pedro II e a Regência da Princesa Isabel.
Retirou-se para sua terra natal, a província do Rio de Janeiro, na Fazenda Santa Mônica, na estação ferroviária do “Desengano”, hoje Juparaná, próximo a Vassouras.
Faleceu no dia 7 de maio de 1880, às 20 horas e 30 minutos, um bravo militar e cidadão; o pacificador. Um decreto do Governo Federal de 13 de março de 1962 imortalizou o nome do invicto Duque de Caxias como o Patrono do Exército Brasileiro. Atualmente seus restos mortais repousam no Panteon a Caxias, construído em frente ao Palácio Duque de Caxias, na cidade do Rio de Janeiro.