Uma operação conjunta, envolvendo Exército, Marinha e Aeronáutica, reuniu cerca de mil homens das três forças, com o apoio do Porta-Helicópteros Atlântico, nesta sexta-feira (9), no Rio de Janeiro. O exercício militar foi parte da Operação Poseidon e contou com as presenças do ministro da Defesa, general Fernando Azevedo e Silva, e do comandante da Marinha, almirante de esquadra Ilques Barbosa Júnior.
A operação consistiu em adestrar pilotos do Exército e da Força Aérea à rotina operacional do porta helicópteros da Marinha, unificando procedimentos e linguagens. A missão era levar grupos de Forças Especiais ao teatro de operações em terra e posteriormente resgatá-los, trazendo as equipes à bordo em segurança.
“Hoje é um dia especial, pois eu venho participar de um exercício conjunto, envolvendo a Marinha do Brasil, o Exército Brasileiro e a Força Aérea. Pela primeira vez colocamos em ação os helicópteros H-XBR [H 225M fabricado pela Helibras, versão do Super Puma da Airbus Helicopters], projeto que vem desde 2008. Testamos a mesma aeronave das três forças, pousando e se adestrando ao navio. Outro objetivo foi ter as tropas de Forças Especiais agindo conjuntamente, da Marinha, do Exército e da Força Aérea”, disse o ministro, durante coletiva de imprensa em alto mar.
Azevedo e Silva lembrou que o país atravessa um ano difícil, mas que isso não impediu as Forças Armadas de cumprirem suas missões principais.
“Pudemos realizar 17 operações conjuntas, fora as atividades normais, que não pararam, tomando os devidos cuidados, na formação dos soldados, dos sargentos, dos oficiais. Tomamos conta da faixa de fronteira, do espaço aéreo, do nosso Atlântico Sul. Foi um ano difícil para as Forças Armadas, mas fizemos o dever de casa. Estamos na Operação Verde Brasil 2, na operação [de combate ao fogo] no Pantanal, na Operação Acolhida [de refugiados venezuelanos]. As Forças Armadas têm contribuído muito para o Brasil”, frisou o ministro.
Orçamento 2021
Quanto às prioridades orçamentárias para o próximo ano, o ministro disse que não haverá novos projetos, mas a continuidade das ações que já estão em andamento: “O presidente Jair Bolsonaro enviou a política nacional de defesa para apreciação do Congresso e ele manteve todos os projetos estratégicos que estavam em vigor. Então não tem projetos novos. Precisamos andar com os projetos que já existem”.
O comandante da Marinha reforçou que haverá continuidade nos programas em curso. “No programa de desenvolvimento de submarinos, o Riachuelo já está em testes finais. Em dezembro será o lançamento do submarino Humaitá e outros seguirão, conforme o estabelecido. Nós temos as fragatas classe Tamandaré, que estão em fase de contrato já em andamento, sem nenhuma interrupção. Temos aeronaves remotamente pilotadas, bastante simples, para podermos dar início a esse projeto. Na verdade, é manter o que está na Política Nacional de Defesa, prestigiando, sempre que possível, a base industrial de defesa brasileira”, frisou almirante Ilques.
Porta-Helicópteros
O Porta-Helicópteros Atlântico, construído em 1998, foi comprado da marinha britânica em 2018. Ele comporta em seu hangar 12 aeronaves de médio porte e quatro de pequeno porte, podendo transportar 800 fuzileiros navais. Com 208 metros de comprimento e sete posições para pouso de aeronaves em seu convés, o Atlântico é o navio capitânia da Esquadra Brasileira.
AB