O registro de mortes violentas intencionais, no ano passado, caiu 6,5% em todo o Brasil, apontou o Anuário Brasileiro de Segurança Pública, documento divulgado pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública. As mortes violentas intencionais consideram tanto os homicídios dolosos quanto os latrocínios, as mortes decorrentes de intervenções policiais e as lesões corporais seguidas de morte.
Em números absolutos, as notificações passaram de 50.448 mortes em 2020 para 47.503 no ano passado, patamar mais baixo desde 2011, quando elas atingiram 47.215. Desde então, o maior patamar registrado foi em 2017, com 64.078 mortes. Em 76% dos casos ocorridos no ano passado, as mortes intencionais foram provocadas por armas de fogo.
Todas as regiões do país apresentaram queda no indicador, com exceção da Região Norte, onde elas passaram de 5.758 notificações em 2020 para 6.291 no ano passado, com aumento no Pará, Amapá, Amazonas, Rondônia e Roraima. Também foi registrado aumento absoluto em dois outros estados brasileiros: Bahia e Piauí.
Segundo o anuário, apesar da melhoria no indicador, o Brasil ainda convive com violência extrema, sendo responsável por um em cada cinco homicídios que ocorrem no mundo (20,4% do total). A maior parte das vítimas dessas mortes violentas e intencionais no país é negra (77,9%), do sexo masculino (91,3%) e jovem entre 12 e 29 anos (50% do total).
Cidades mais violentas
O anuário também fez um levantamento das 30 cidades mais violentas do país entre os anos de 2019 e 2021.
De acordo com o balanço, 13 delas fazem parte da Amazônia Legal, onde a taxa de violência letal foi 38% superior à média nacional: no Brasil, essa taxa é de 22,3 mortes violentas intencionais a cada 100 mil habitantes, enquanto na Amazônia Legal figura em 30,9 mortes a cada 100 mil habitantes.
A cidade mais violenta do país no período foi São João do Jaguaribe (CE), seguida por Jacareacanga (PA), Aurelino Leal (BA), Santa Luzia D’Oeste (RO), São Felipe D’Oeste (RO) e Floresta do Araguaia (PA).
Rio registra queda de 21% no número de homicídios dolosos em maio
O estado do Rio de Janeiro tem registrado queda nos crimes contra a vida este ano. Segundo o Instituto de Segurança Pública (ISP), em maio, com 210 vítimas, o número de homicídios dolosos caiu 21% na comparação com o mesmo mês de 2021.
No acumulado do ano, foram 1.248 vítimas, uma diminuição de 17% na comparação com o ano passado. De acordo com o ISP, esses foram os menores números já registrados desde 1991.
A letalidade violenta, que inclui homicídio doloso, lesão corporal seguida de morte, roubo seguido de morte e morte por intervenção de agente do estado, reduziu 9% em maio de 2022 e 20% no acumulado do ano. Foram 1.830 vítimas nos primeiros cinco meses de 2022 e 354 em maio.
As mortes por intervenção de agente do estado diminuíram 22% nos cinco primeiros meses deste ano, segundo o ISP. Porém, os dados consolidados de maio ainda não foram disponibilizados. De janeiro a maio de 2021, 709 pessoas foram mortas por agentes do estado no Rio de Janeiro.
Outros crimes
Também registraram queda os roubos de ruas, que incluem o roubo a transeunte, roubo em coletivo e roubo de aparelho celular. De janeiro a maio de 2022 foram 25.457 casos, uma redução de 15% ou 4.570 roubos a menos no período. Apenas em maio, foram 5.181 casos.
Para a diretora-presidente do Instituto de Segurança Pública (ISP), Marcela Ortiz, essa redução ajuda a melhorar a sensação de segurança da sociedade.
“Além dos crimes contra a vida, voltamos a ter reduções nos roubos de rua e carga. O roubo de rua, por exemplo, é um crime que provoca uma grande sensação de insegurança na sociedade e sua diminuição é uma grande conquista”.
Os dados do ISP também indicam que os roubos de veículos registraram redução de 10% de janeiro a maio, com 9.825 casos. Os roubos de carga caíram 13%, com 1.651 casos no acumulado do ano.
São Paulo tem queda de latrocínios e de homicídios dolosos em maio
Em maio, as ocorrências de homicídios dolosos (com intenção) e latrocínios (roubo seguido de morte) caíram em todo o estado de São Paulo na comparação com o mesmo mês de 2021, segundo balanço que foi divulgado pela Secretaria de Segurança Pública (SSP).
Os homicídios passaram de 257 para 228 casos, enquanto os latrocínios caíram de 16 para 13 ocorrências, na mesma base de comparação.
O total de casos de estupros cresceu, passando de 889 ocorrências no ano passado para 1.073 em maio deste ano.
A secretaria, no entanto, prefere fazer essa comparação com o ano de 2019, antes da pandemia, alegando que, naquele momento, não havia restrição de circulação de pessoas nas ruas. Tendo essa base como comparação, houve queda no número de latrocínios (com o registro de dois casos a menos) e de estupros (com cinco ocorrências a menos). Já os homicídios cresceram 6,5% quando comparado ao mesmo mês de 2019. As mortes intencionais passaram de 214 para 228.
Furtos e roubos
Em maio, a secretaria recebeu 19.644 notificações de roubos em todo o estado. Isso representa aumento em relação ao ano passado, quando 18.318 ocorrências foram registradas em São Paulo, e queda em relação a 2019, quando foram computados 21.390 casos.
Em relação a furtos em geral, foram abertos 48.725 boletins de ocorrências em maio, bem acima dos 36.665 furtos contabilizados há um ano. Em 2019, foram 46.625.
Lílian Beraldo – Agência Brasil