A produção brasileira de aço somou 2,6 milhões de toneladas em setembro deste ano, com aumento de 7,5% em comparação ao mesmo mês de 2019. Em relação a agosto deste ano, porém, houve retração de 4,7%, atribuída à queda da produção de semiacabados, de 31,9%. Em setembro, foram produzidas 456 mil toneladas de semiacabados para vendas.
Segundo o Instituto Aço Brasil, no mês passado, a produção de laminados foi de 1,9 milhão de toneladas, inferior em 2,6% à registrada em setembro do ano passado.
As vendas internas evoluíram 7,1% em setembro, comparativamente ao mês anterior, e 11,8% ante setembro de 2019, confirmando a rápida recuperação do mercado interno, disse o presidente executivo do Instituto Aço Brasil, Marco Polo de Mello Lopes.
“As vendas internas de laminados em setembro ficaram 15,5% acima da média das vendas de 2018 e 2019. Não procedem, portanto, as especulações de que estaria havendo desabastecimento do mercado interno, devido ao retardamento no religamento dos altos-fornos do setor e ao incremento das exportações. Estas, em setembro, ficaram 14,2% abaixo da média das exportações realizadas em 2019.” Lopes informou que o consumo aparente de produtos siderúrgicos subiu 8% em setembro relação a agosto, sobretudo por causa do crescimento das vendas internas.
Melhores níveis
Marco Lopes lembrou que, em abril deste ano, no período mais grave da crise de demanda, devido à pandemia do novo coronavírus, a indústria brasileira do aço operou com apenas 42% da capacidade instalada e foi , sendo obrigada a desligar altos-fornos, aciarias e laminações. Com a recuperação do mercado interno, as empresas religaram seus equipamentos e passaram a produzir e a vender para o mercado interno em níveis superiores aos de janeiro e fevereiro de 2020, acrescentou.
O consumo aparente de produtos siderúrgicos atingiu 1,9 milhão de toneladas, 8,2% acima do registrado em igual mês do ano passado.
De acordo com o Instituto Aço Brasil, as exportações de setembro, em comparação com as do mesmo mês de 2019, tiveram queda de 20,9% em volume e de 27,4% em valor. Foram vendidas 756 mil toneladas, com receita de US$ 379 milhões. Isso ocorreu também com as importações, que totalizaram 142 mil toneladas em setembro (-22,9%) e US$ 171 milhões em valor (-19%).
Acumulado
No acumulado de janeiro a setembro deste ano, a produção nacional de aço bruto totalizou 22,3 milhões de toneladas, com redução de 9,7% ante o mesmo período do ano anterior. A produção de laminados ficou em 15,5 milhões de toneladas, com queda de 10,8% em relação ao mesmo período de 2019. Na produção de semiacabados (5,9 milhões de toneladas), houve retração de 10,4% na mesma base de comparação.
As vendas internas de janeiro a setembro atingiram 13,5 milhões de toneladas, com queda de 4,2% em relação a igual período do ano passado. O consumo aparente nacional de produtos siderúrgicos foi de 14,9 milhões de toneladas no acumulado até setembro, representando queda de 5,5% ante o apurado no mesmo período de 2019.
De janeiro a setembro, as importações alcançaram 1,5 milhão de toneladas, com redução de 22,9% em volume e recuo de 18,6% em valor (US$ 1,6 bilhão) em relação a igual período do ano passado. As exportações somaram 8,6 milhões de toneladas no acumulado até setembro, com queda de 9,9% em relação a igual período de 2019. Em termos de valor, que atingiu US$ 4,2 bilhões.houve queda de 25,5%.
Destaques
Considerando a distribuição regional da produção, o estado de Minas Gerais manteve-se na liderança, com 817 mil toneladas de aço bruto e participação de 31,8% do total, seguido pelo Rio de Janeiro, com 764 mil toneladas e 29,7% de participação.
No ranking da produção mundial, o Brasil ficou na nona posição entre os meses de janeiro e agosto deste ano, com total de 19,77 milhões de toneladas, 11,6% abaixo do mesmo período de 2019. De janeiro a agosto, a China foi a líder entre os países produtores, com 690,76 milhões de toneladas, aumento de 3,9% ante igual período do ano passado.
Confiança
O Instituto Aço Brasil divulgou ainda o Índice de Confiança da Indústria do Aço (ICIA) referente ao mês de outubro.
Segundo Marco Polo de Mello Lopes, neste mês, o índice alcançou 85,2 pontos, evoluindo 13 pontos na comparação com o apurado em setembro. “A rápida recuperação da atividade da indústria do aço elevou a confiança dos empresários do setor para patamares recordes em todos os indicadores de situação atual e de perspectivas”, afirmou Lopes.
AB