A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) estima a produção de café deste ano em 53,4 milhões de sacas. Em relação ao ciclo anterior, o volume aumentou cerca de 5,7 milhões de sacas.
Se comparada à safra de 2020, a produção bienal positiva do ano anterior, a produção esperada para este ano seria 15,3% inferior, ou 9,65 milhões de sacas. Os ciclos bienais são uma característica das culturas que incluem anos alternados de floração seguidos por outro ano com floração menos intensa.
“A recuperação é limitada porque a seca e as geadas do ano passado, principalmente em Minas Gerais, Paraná e São Paulo, enfraqueceram as plantas e afetaram o desempenho produtivo dos cafezais”, disse o presidente da Conab, Guilherme Ribeiro, em relatório.
Café Arábica
Segundo a empresa, o arábica deve ser o mais afetado pelo clima severo, pois sua concentração se concentra nas áreas mais afetadas por baixas temperaturas e escassez de água. No entanto, em relação às safras passadas, a produção ainda deve se recuperar, chegando a 35,7 milhões de sacas do produto processado. “No entanto, espera-se um maior potencial de produção por se tratar de um ciclo positivo de dois anos.
Se comparado com a safra de 2020, a produção total deverá ser reduzida em 23,6%”, acrescentou a Conab. Em termos de produtividade média, o último biênio positivo atingiu cerca de 32,21 sacas do mesmo Arábica por hectare, segundo a empresa.
Na safra atual, a produtividade média está estimada em 24,6 sacas por hectare. Minas Gerais continua sendo o maior produtor de café do Brasil, produzindo 24,7 milhões de sacas de café, das quais 24,4 milhões são arábicas.
Café Cornillon
Ao contrário do arábica, a produção de café conilon deve bater um novo recorde, com 17,7 milhões de sacas de beneficiamento colhidas, um aumento de 8,7% em relação à safra anterior, devido às contínuas melhorias de produtividade a cada ano.
No Espírito Santo, principal estado produtor de conilon, a produção costuma ultrapassar 12 milhões de sacas. “O estado do Espírito Santo não tem registro de extremos climáticos. Ao contrário, chuvas e temperaturas favoráveis às lavouras. O mesmo se confirma na Bahia.
Em Rondônia, além das boas condições climáticas, os produtores também continuam investindo em Aprimorando o pacote de tecnologia, Mato Grosso e Amazonas, por outro lado, têm grande potencial para aumentar a produtividade e, portanto, o rendimento”, destacou Sergio De Zen, diretor de Informação Agropecuária e Política Agrícola da Conab, em nota.
Área de Cultivo
De acordo com o levantamento da Conab, a área destinada ao cultivo de café deverá ser de 2,2 milhões de hectares, um aumento de 1,9% em relação a 2021. Espera-se que o espaço para cultivo e produção de plantas aumente. Para a área formada, incluindo novos plantios e áreas esqueletizadas ou reprocessadas, a Conab estima cerca de 401,2 mil hectares, enquanto as lavouras de produção devem ultrapassar 1,84 milhão de hectares, com alta de 2,5% e 1,8%, respectivamente.
Mercado Externo
O Brasil exportou 14,1 milhões de sacas de 60kg de café nos primeiros quatro meses do ano. A produção é 10,8% inferior às exportações no mesmo período do ano passado, afetada pela menor produção de café em 2021 e menores estoques internos nos primeiros meses de 2022.
“Atualmente, a oferta restrita do produto continua influenciando os preços. Por outro lado, a pressão baixista sobre o consumo aumenta as incertezas e a tendência atual é de muita volatilidade. Porém a recuperação limitada da produção brasileira impede quedas mais expressivas nas cotações de café e sustenta os valores praticados no mercado em patamares elevados”, pondera o superintendente de Estudos de Mercado e Gestão da Oferta da Conab, Allan Silveira.
IoP