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Rede Vírus oferecerá opções de combate contra pandemias que virão

A necessidade de criar um amplo ambiente de pesquisa e desenvolvimento com ações e estratégias de combate contra a pandemia de covid-19, e de possíveis futuras pandemias, é foco do Ministério da Ciência e Tecnologia, de acordo com o ministro da pasta, Marcos Pontes.

Em entrevista ao programa A Voz do Brasil, Pontes afirmou que a plataforma Rede Vírus – um comitê de especialistas em viroses emergentes – atualmente possui 15 linhas de ação diferentes para viabilizar um imunizante nacional contra o novo coronavírus.

“Investimos em 15 plataformas diferentes. Fazer uma vacina exige conhecimento, isso nós temos aqui. São vários tipos possíveis – vírus inativado, RNA, mensageiro. Nós investimos em 15 diferentes vacinas e 3 já estão em fase final – a chamada pré-clínica”, explicou.

O ministro detalhou outras ações da Rede Vírus, que também é responsável por avaliar cientificamente abordagens públicas frente à pandemia. “Dentro da estratégia trazida pela Rede Vírus, temos ações imediatas e ações continuadas. Temos ações de desenvolvimento de proteção individual e coletiva, testes com a vacina BCG – para aumento de imunidade – e o desenvolvimento de testes diagnósticos. A Rede Vírus também cria reagentes nacionais para os testes moleculares, e realiza testes com inteligência artificial.”

Outra contribuição da Rede Vírus durante a pandemia de covid-19 foi o desenvolvimento de respiradores mecânicos para pacientes em estado crítico, afirmou o ministro.

Mutações

O ministro explicou que o sistema Rede Vírus também desenvolve mais de 70% dos testes de sequenciamento genético do novo coronavírus utilizados no Brasil. Os testes são responsáveis pela identificação de novas mutações do Sars-CoV-2. “O conhecimento da patogênese da doença, o desenvolvimento de vacinas e o aumento da infraestrutura do Brasil servem não apenas para esta, mas para as outras pandemias que virão.”

Marcos Pontes explicou, ainda, a importância do desenvolvimento de uma vacina nacional. Segundo o ministro, a autonomia de insumos e na produção de imunizantes tornará o Brasil autônomo caso novas cepas de coronavírus atinjam níveis críticos de propagação. O ministro lembrou ainda que doenças tropicais negligenciadas, como dengue, zika e chikungunya também poderão ter remédios acelerados com o impulso da indústria brasileira.

“O coronavírus veio para ficar. Teremos, rapidamente, um sistema voltado para criação de vacinas nacionais”, definiu o ministro.

Amazônia-1

Sobre o satélite Amazônia-1 – primeiro equipamento de observação projetado e operado pelo Brasil -, Marcos Pontes afirmou que o avanço trará ganho para diversos setores da economia, já que o desenvolvimento espacial – considerado grande catalisador econômico nos países desenvolvidos – trará avanços e desafios para a indústria nacional. “Isso é importante para a ciência brasileira e para a indústria nacional. Isso vai dar um ganho muito grande no sistema de monitoramento dos vários biomas do Brasil”, afirmou o ministro.

Marcos Pontes citou também outras parcerias do programa espacial brasileiro, como as feitas com Rússia e Israel, em pesquisa, ciência e tecnologia. Sobre a Rússia, o ministro lembrou do satélite desenvolvido pelo Instituto Tecnológico da Aeronáutica (ITA) e que será levado à órbita terrestre por um foguete russo.

Centro espacial de Alcântara

Considerado extremamente importante para o Ministério da Ciência e Tecnologia, a atual base de lançamento de Alcântara será o futuro centro espacial brasileiro, afirmou Pontes. Segundo o ministro, uma parte crucial do fomento na região já foi resolvida: 120 títulos de terra de famílias realocadas foram entregues pelo Comando da Aeronáutica.

“Isso vai mudar muito a vida das pessoas que vivem próximas do centro. O que queremos fazer é trazer desenvolvimento do entorno. A vida vai mudar consideravelmente, de maneira positiva, para todas essas pessoas. Essa é uma promessa dos anos 80 e nós cumprimos”, explicou Marcos Pontes.

Agência Brasil

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