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Pesquisadores descobrem compostos que inibem fungo que ataca canaviais

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Foto: Benjamin Jopen/Unsplash

Uma pesquisa do Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM) descobriu compostos bioativos capazes de inibir o crescimento e até causar a morte do fungo Thielaviopsis ethacetica, causador de uma das cinco pragas mais frequentes em canaviais, conhecida como “podridão abacaxi”. O estudo foi publicado na revista Enviromental Microbiology.

O fungo é capaz de impedir a germinação de mudas da cana ou retardar seu desenvolvimento, deixando as áreas afetadas com grandes falhas. O nome da doença se deve à fermentação gerada pelo fungo, com odor característico semelhante ao de abacaxi. O microorganismo costuma penetrar no caule das plantas através dos ferimentos provocados durante o plantio ou colheita mecanizada. 

Os compostos bioativos capazes de inibir ou matar esse fungo foram encontrados em três tipos de bactérias que fazem parte do acervo de sete mil microorganismos do Laboratório Nacional de Biorrenováveis (LNBR). Quando as moléculas bioativas, presentes nessas bactérias, foram testadas, foi observada uma inibição total do crescimento e morte do fungo.

No Laboratório Nacional de Luz Síncrotron (LNLS), responsável pela operação do acelerador de partículas Sirius, análises por espectroscopia confirmaram que as biomoléculas causavam danos ao DNA do fungo. “Essa ferramenta é muito importante para abordar diversos desafios similares da agricultura. Devido à alta sensibilidade da técnica é possível detectar interações moleculares mesmo em microorganismos complexos como fungos”, explica o pesquisador Francisco Maia, um dos autores do estudo.

O Brasil é o maior produtor mundial de cana-de-açúcar. Na safra 2020-21, foi responsável pela produção de 654,5 milhões de toneladas, destinadas à produção de 41,2 milhões de toneladas de açúcar e 29,7 bilhões de litros de etanol.

A pesquisa, que contou com o apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), pode ser encontrada, na íntegra

Agência Brasil

Correios registram lucro de 3,7 bilhões, melhor resultado em 22 anos

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Foto: Alex Padurariu/Unsplash

Os Correios registraram lucro de R$ 3,7 bilhões em 2021, valor que representa o dobro do registrado em 2020 e representa o melhor resultado nos últimos 22 anos. Esse foi o terceiro ano seguido de ganhos na estatal, que aumentou o volume de operações e receitas durante a pandemia de covid-19.

Os números foram apresentados hoje (17) pela estatal. Segundo o presidente dos Correios, Floriano Peixoto, a melhoria nos resultados decorreu do saneamento financeiro e das medidas de sustentabilidade econômica executadas nos últimos anos.

“As medidas adotadas ao longo dos dois últimos anos e meio, mesmo sendo consideradas austeras, além de necessárias, se comprovaram eficazes. Elas possibilitaram priorizar objetivos, reformular serviços, reduzir despesas e aumentar receitas”, disse Peixoto, em cerimônia de apresentação do balanço da estatal no ano passado.

O presidente dos Correios ressaltou que a empresa conseguiu crescer, apesar dos obstáculos impostos pela pandemia. “Consideremos que, em 2021, ocorreu a maior Black Friday dos últimos anos no que se refere ao volume de encomendas. Mesmo com as dificuldades inerentes à pandemia, toda a demanda decorrente do aumento de transações no período foi absorvida pelos Correios”, destacou.

Peixoto comparou a evolução da empresa desde o início da gestão, em junho de 2019. Na época, disse ele, a empresa corria o risco de tornar-se dependente do Tesouro Nacional. Como medidas para recuperar as finanças da companhia, ele citou ajustes na direção da administração central e das superintendências estaduais, planejamento econômico para sanear a empresa em seis meses, suspensão de contratos de consultoria e revisão dos maiores contratos.

Ele também mencionou a reavaliação das condições das diretorias e o estreitamento do contato com órgãos federais, como Tribunal de Contas da União, Controladoria-Geral da União, Procuradoria-Geral da República, Polícia Federal, entre outros.

Saúde financeira

O presidente da estatal evitou comentar o processo de privatização dos Correios. Apenas disse que a empresa hoje tem condições de competir no mercado. “Embora a saúde financeira da estatal hoje esteja em melhor situação que a verificada há três anos e ainda não tenha atingido o patamar necessário para garantir a perenidade dos negócios, é possível afirmar que o alcance de taxas de crescimento equivalentes ou superiores às do mercado se dará com mais rapidez”, declarou.

Em relação aos gastos com pessoal, a empresa ressaltou que as mudanças no acordo coletivo de trabalho dos empregados proporcionaram economia de cerca de R$ 1,3 bilhão ao ano. Além disso, os dois planos de demissão incentivada efetuados durante a gestão atual resultaram em economia de R$ 2,1 bilhões na folha de pagamento.

A empresa apresentou metas de médio e longo prazo, apesar do programa de privatização em curso. Nos próximos cinco anos, a estatal quer dobrar o volume de encomendas, o resultado da receita, triplicar o patrimônio líquido; manter em dois dígitos a margem Ebtida (lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização). No ano passado, os Correios registraram Ebtida de R$ 3,1 bilhões, crescimento de 113% em relação a 2020.

Agência Brasil

Brasil comemora a abertura do mercado canadense para carne brasileira

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Foto: Jez Timms/Unsplash

A ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Tereza Cristina, comemorou a liberação, pelo Canadá, das importações de carne bovina e suína do Brasil. “Ótima notícia para o nosso #agro. O Canadá, um dos mais importantes mercados do mundo, autorizou o início da exportação de carne bovina e suína produzidas no Brasil. Agora já são mais de 200 mercados abertos pelo Mapa na gestão do governo Jair Bolsonaro”, anunciou pelo Twitter. 

Tereza Cristina, que está em missão no Canadá desde o último fim de semana, disse, na postagem, que ainda terá uma série de reuniões para tratar da importação de fertilizantes pelo Brasil.

Como quarto consumidor global de fertilizantes, responsável por cerca de 8% deste volume e como maior importador mundial, o Brasil busca novos mercados de fertilizantes, já que a Rússia, principal fornecedor do país, sofre sanções mundiais por causa da guerra na Ucrânia.

O Brasil importa cerca de 85% de todo o fertilizante usado na produção agrícola nacional. No caso do potássio, o percentual importado é de cerca de 95%.

Agência Brasil

País terá empresas operando no espaçoporto de Alcântara em 2022

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Foto: Unsplash

Iniciado há 20 anos, o processo de criação de um espaçoporto – uma estrutura que permite o lançamento e a aterrissagem de veículos e módulos espaciais tripulados ou não – está próximo de se concretizar no Brasil, informou o presidente da Agência Espacial Brasileira (AEB), coronel Carlos Augusto Moura, em entrevista ao programa A Voz do Brasil.

Segundo Moura, o Brasil é dotado de características únicas que permitem a operação em diversas frentes do setor aeroespacial. A base de Alcântara, localizada a 32 km de distância da capital do Maranhão, São Luís, é situada em uma localização geográfica privilegiada, que gera economia de combustível espacial em lançamentos.

“Temos um dos melhores locais do mundo para fazer lançamentos espaciais, tanto geograficamente quanto em termos de logística. Empresas, tanto nacionais quanto estrangeiras, tem interesse de aproveitar essas vantagens. Esperamos que já no segundo semestre tenhamos empresas operando no que chamamos de Espaçoporto de Alcântara”, afirmou o presidente.

Além da logística, o país se tornou produtor de satélites de monitoramento e comunicação, como o Amazonia-1, lançado em fevereiro do ano passado. Moura também explicou que o início das operações do espaçoporto tratá, necessariamente, oportunidades e avanços para as comunidades locais, que serão beneficiadas pela criação de novas demandas.

“Todo espaçoporto tem um poder de irradiação, de transbordamento, de benefícios locais. Seja na parte logística, ou na parte de formação de pessoal. Temos certeza que o espaçoporto de Alcântara vai ser o irradiador de um novo polo tecnológico – tanto na região quanto em São Luís e imediações”, disse.

Programa Artemis

Criado para marcar o aniversário de 55 anos da primeira missão tripulada à Lua, o programa Artemis deverá levar a primeira mulher ao satélite natural da Terra em 2024. O Brasil, que é parceiro dos Estados Unidos e de mais 11 países na iniciativa, terá uma participação estratégica, disse Moura.

Segundo o presidente da AEB, o Brasil poderá engajar cientistas, universidades e abrir oportunidades para empresas nacionais operarem no setor, já que haverá necessidade de tráfego espacial constante após a criação de bases fixas na Lua.

“As pessoas vão precisar construir, vão precisar morar, vão precisar tratar lixo, se alimentar. E o Brasil é uma potência em alimentos, em energias renováveis. Acreditamos que existem nichos preferenciais que o Brasil pode explorar, inclusive mineração. Isso abre um novo capítulo na história espacial do Brasil”, explicou.

Agência Brasil

Brasil quer atrair empresas de tecnologia do Japão e de Singapura

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Foto: Owen Beard/Unsplash

O programa ScaleUp in Brazil, da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil), recebe inscrições até junho deste ano de empresas do Japão e de Singapura que queiram abrir negócio no país. A ideia é atrair empresas de alta tecnologia que tenham interesse em escalar a venda dos seus produtos ou soluções. De acordo com a agência, as dimensões e potencialidades do mercado consumidor do Brasil são um atrativo para empresários estrangeiros.

“O objetivo não é que elas venham exportar os seus produtos e serviços aqui para que o mercado brasileiro adquira. O objetivo é que elas realmente venham se instalar aqui”, aponta Helena Bonna Brandão, Coordenadora de Investimentos da ApexBrasil. Ela explica que a busca é por países pequenos que são conhecidos como Startup Nations e que estão ranqueados no Índice de Inovação Global.

Esta é a terceira edição do programa. Segundo a ApexBrasil, a iniciativa já trouxe US$ 9,9 milhões de investimentos de empresas israelenses. Entre elas, está a AgroScout, que presta serviços de monitoramento por drones para produtores e companhias dedicadas à proteção de plantios. O ScaleUp in Brazil é feito em parceria com a Associação Brasileira de Private Equity e Venture Capital (ABVCAP) e da Israel Trade & Investment Brazil (IT&I).

Na primeira fase, os selecionados vão ter uma visão ampla do mercado brasileiro, por exemplo, regulação para abrir um negócio, sistema bancário, entre outras informações. O passo seguinte é um ciclo de imersão presencial no Brasil, seguido por um período de ajustes e reestruturações. Todo o processo dura 18 meses e inclui também encontros e rodadas de negociação com possíveis clientes e investidores. Os participantes também recebem consultorias sobre adaptações do produto, serviço ou solução.

“É um programa de aceleração. Uma vez ela instalada aqui no país, ela vai trazer inovação, vai suprir um gap de necessidades da cadeia brasileira de tecnologia. Vai gerar novos empregos, vai trazer novas oportunidades de negócios, vai trazer também geração de renda, recolhimento de impostos para o governo, já que é uma nova empresa. Então ela se torna uma empresa brasileira. Esse é o objetivo do programa”, pontua a coordenadora da ApexBrasil.

Helena destaca que essa ambientação e apoio ao empresário estrangeiro é fundamental. “O Brasil é um mercado, um país, muito grande, com especificidades que não existem em outros países. Por exemplo, o próprio sistema tributário brasileiro, que é bem complexo. Existem tributos municipais, federais, estaduais, tributos aplicados a serviços, a produtos, e isso para um estrangeiro que quer abrir uma empresa aqui no Brasil é muito complicado”, exemplifica.

O primeiro ano do programa funcionou como um piloto com cinco empresas israelenses. A segunda edição foi totalmente online por conta da pandemia de covid-19 e dela participaram dez empresas. Na terceira edição, a ideia é atender 20 empresas. “A gente faz uma seleção bem rigorosa. A empresa realmente tem que ter interesse de internacionalização aqui para o país”, destaca Helena.

Agência Brasil

Recursos naturais são apenas matéria bruta, e só viram riqueza se houver liberdade e inteligência

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Foto: Nick Nice/Unsplash

Recentemente, em um jantar com universitários, um dos alunos me perguntou um economista cuja obra eu recomendaria. Mas não poderia ser nenhum dos famosos — como Adam Smith, F.A. Hayek, Ludwig von Mises e Milton Friedman — cujas obras eu sempre recomendo.

Ótima pergunta.

Imediatamente respondi: Julian Simon.

Obviamente, nenhum dos alunos já havia ouvido falar em Simon. Sendo assim, comecei a falar sobre este extraordinário intelectual que é injustamente pouco conhecido.

A mais notável contribuição de Julian Simon é a sua demonstração de que a mente humana é, como ele próprio descreveu, “o recurso definitivo e supremo“.

A mente humana é o recurso supremo porque é ela, e apenas ela, quem cria todos os outros insumos economicamente valiosos que rotulamos de “recursos”.

Não existem recursos naturais

À primeira vista, esta noção soa um tanto maluca. Afinal, a mente humana não criou coisas como a madeira ou o minério de ferro ou o petróleo. Estes materiais foram criados pela natureza; é por isso que eles são chamados de “recursos naturais”.

Sim, é verdade que a natureza criou estes materiais, mas a natureza não os transformou em recursos. Esta crucial transformação foi feita exclusivamente pela criatividade humana, pelo intelecto humano e pelo esforço humano.

Por exemplo, aquilo que nós humanos chamamos hoje de minério de ferro são apenas rochas especialmente ricas em óxidos de ferro. Sozinhas, estas rochas são inúteis. Por si sós, elas permaneceriam no subsolo sem qualquer utilidade. No entanto, elas se tornaram úteis porque os seres humanos, primeiro, descobriram que os óxidos de ferro podem ser transformados em substâncias — ferro e aço — que servem a propósitos humanos; e, segundo, descobriram como extrair os óxidos das rochas para então manufaturá-los em aço e ferro.

Sem essa criatividade, esse intelecto e esse esforço, o minério de ferro seria tão importante para as pessoas quanto é para um porco-espinho.

O mesmíssimo raciocínio se aplica ao petróleo, que nada mais é do que um óleo de pedra inflamável e formado por uma combinação complexa de hidrocarbonetos.

Como explicado aqui:

A oferta de ferro como um recurso natural economicamente utilizável era de zero para o povo da Idade da Pedra. O ferro passou a ser um recurso natural economicamente utilizável somente após terem descoberto alguma utilidade para ele e após terem percebido que o ferro poderia contribuir para a vida e bem-estar do homem ao ser forjado em vários objetos. 

A oferta de ferro economicamente utilizável […] se tornou muito maior quando se descobriram métodos para separar o ferro de compostos contendo enxofre. 

Quando este ferro foi separado de elementos como oxigênio e enxofre e recombinado com outros elementos como cromo e níquel para formar os automóveis, os eletrodomésticos e as vigas de aço que sustentam prédios e pontes, ele se tornou muito mais útil e valioso para a vida e bem-estar humano do que o mesmo ferro soterrado, intocado e inutilizado no subsolo.

O mesmo é válido para o petróleo e o carvão trazidos para a terra e utilizados para gerar calor, iluminar casas e fornecer energia para as máquinas e ferramentas do homem. 

O mesmo também é válido para todos os elementos químicos que se transformaram em componentes essenciais de produtos importantes quando comparados ao que eram esses mesmos elementos quando jaziam inertes no subsolo.

Em suma: um material ser caracterizado como um recurso é algo que depende inteiramente da genialidade humana.

Este fato é verdadeiro até mesmo para a terra. Ao longo da maior parte da existência humana, a terra era simplesmente um pedaço de chão sobre o qual nós, como todas as outras criaturas, pisávamos, sentávamos e dormíamos. Foi apenas há aproximadamente 10 mil anos que alguns indivíduos criativos descobriram como cultivar terra para propósitos agrícolas. Foi só então que a terra se tornou um recurso.

A ideia de Simon é, ao mesmo tempo, simples e surpreendente. Uma vez que você a compreende, sua veracidade é inegável. Mais ainda: suas implicações são profundas — por exemplo, ela faz você constatar que a quantidade de recursos na terra não é fixa.

Os recursos não estão sendo exauridos

Embora a quantidade de matéria — a quantidade de átomos — do planeta de fato seja fixa (excetuando-se aquilo que eventualmente seja trazido por meteoros, asteroides e astronautas), as maneiras como esses átomos podem ser combinados e recombinados são infinitas.

Como disse o professor Paul Romer, da Universidade de Nova York, “A tabela periódica contém aproximadamente cem tipos diferentes de átomos. Se pegarmos uma receita simples, do tipo que combina apenas dois elementos — como para formar o aço (ferro e carbono) ou o bronze (cobre e estanho) —, então há 100 x 99 receitas possíveis para apenas dois elementos. Para receitas que envolvem quatro elementos, há 100 x 99 x 98 x 97 receitas possíveis, o que equivale a mais de 94 milhões de combinações […] Para 10 elementos, há mais receitas possíveis do que segundos vividos desde que o Big Bang criou o universo.”

Consequentemente, a quantidade de recursos existentes pode crescer, e de fato cresce, em decorrência da criatividade e do esforço humano.

Este fato, por sua vez, significa que tão logo nós humanos tivermos incentivos suficientes para exercitar nossa criatividade, e tivermos garantido o direito de usufruirmos os ganhos oriundos de nossas criações, é certo que jamais iremos ficar sem recursos, tampouco vivenciaremos qualquer exaurimento significativo de recursos.

Esta previsão feita por Julian Simon, corroborada pela ciência econômica e comprovada pela própria matemática contradiz completamente não apenas o senso comum popular, como também as opiniões de vários cientistas, que afirmam que os recursos naturais são finitos e estão acabando.

Só que tanto a opinião popular quanto a profissional cometem o erro de pressupor que os recursos são criados pela natureza. E dado que a natureza de fato não está criando mais petróleo, magnésio, bauxita e outros recursos “naturais” na terra e nos oceanos, então é certo (segundo eles) que estamos exaurindo nossas ofertas de recursos à medida que os utilizamos diariamente.

Este raciocínio leva à conclusão de que a única maneira de evitar que fiquemos sem recursos é reduzindo a taxa de crescimento econômico ou, talvez, até mesmo interromper por completo o crescimento econômico.

No entanto, essa linha de raciocínio e sua conclusão também são refutadas por um impressionante fato: a oferta global de mercadorias industriais não caiu durante a nossa atual era industrial; ao contrário, subiu. E sabemos que este fato é verdadeiro porque os preços dos produtos industriais, quando ajustados pela inflação, são hoje muito menores do que eram há dois séculos. Preços menores são uma poderosa evidência de que a oferta aumentou em relação à demanda.

Sendo assim, apesar do enorme crescimento ocorrido nos últimos dois séculos na demanda por mercadorias industriais (estimuladas tanto pelo aumento da renda quanto pelo aumento populacional), a queda nos preços reais das mercadorias industriais sinaliza um colossal aumento em sua oferta.

O crescimento econômico cria mais recursos

Eis agora uma implicação ainda mais impressionante da constatação de Simon, e também levando em conta tudo o que já foi dito acima: o crescimento econômico impede, em vez de causar, o exaurimento de recursos.

E ele faz isso de duas maneiras.

De um lado, ao nos tornar mais ricos, ele consequentemente nos fornece mais tempo e recursos para a educação de pessoas que, no futuro, irão utilizar suas mentes para a tarefa de descobrir maneiras de produzir mais bens utilizando menos recursos ou descobrir e extrair recursos de locais até então inacessíveis. Pense, por exemplo, em como o fracking (fraturamento hidráulico) permite a extração de gás natural e petróleo das rochas.

De outro, o crescimento econômico também impede o exaurimento de recursos ao ofertar a humanidade com quantidades maiores daquele recurso supremo: a mente humana. O crescimento econômico nos liberta da armadilha malthusiana. Ele permite que mais mentes criativas sobrevivam na fase adulta e então interajam com outras. Esta crescente interação de mentes humanas é, por si só, criativa, pois, à medida que ideias diferentes competem e cooperam entre si, novas e melhores ideias são formadas. o economista Matt Ridley espirituosamente descreveu esse processo como “ideias fazendo sexo” — e assim como mais sexo entre seres humanos cria mais seres humanos, cada um único e singular, mais sexo entre ideias criam mais ideias únicas e singulares. O ciclo é virtuoso.

Conclusão

O que importa, portanto, não são os limites físicos do nosso planeta, mas sim a liberdade humana para experimentar e reimaginar o uso dos recursos naturais que temos à disposição.

E quanto mais mentes humanas houver para criar, experimentar e colocar em prática a combinação de recursos naturais, maiores serão nossa riqueza e nosso padrão de vida.

O petróleo e o gás natural, por exemplo, não estão acabando. Restrições políticas à sua exploração é que estão restringindo artificialmente sua oferta.

A prosperidade é produto da razão, da invenção, da engenhosidade, da criatividade, da inovação, da busca pelo interesse próprio, da maximização de utilidade, da busca por ganhos comerciais e da busca pelo lucro. Desde Adam Smith no século XVIII, economistas vivem a explicar como esses fatores levam a uma maior divisão e especialização da mão-de-obra, o que, por sua vez, leva à criação de máquinas, ferramentas e tecnologias que, além de gerarem ganhos de produtividade, permitem a recombinação dos recursos físicos existentes na terra, o que leva à criação de novos materiais. E isso leva a um aumento contínuo do nosso padrão de vida.

Para tudo isso ocorrer, no entanto, é necessário haver liberdade. Não apenas liberdades civis, mas também liberdade para empreender, para criar, para explorar a natureza e para manter para si os frutos financeiros (lucro) de suas criações. 

Os assim chamados “recursos naturais”, se intocados, são apenas cadáveres geológicos. Para virarem riqueza é necessário haver inteligência e investimentos. 

Em sociedades livres, os seres humanos são um recurso valioso, pois apenas os humanos são capazes de terem ideias e utilizar sua energia criativa para converter essas ideias em inovações.


Donald Boudreauxfoi presidente da Foudation for Economic Education, leciona economia na George Mason University e é o autor do livro Hypocrites and Half-Wits.

Fonte: Mises Brasil

Plano Nacional de Fertilizantes é criado para tentar reduzir importação dos insumos

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Foto: Gabriel Jimenez/Unsplash

Atualmente, o Brasil ocupa a quarta posição mundial com cerca de 8% do consumo global de fertilizantes, sendo o potássio o principal nutriente utilizado pelos produtores nacionais (38%). Na sequência, aparecem o fósforo, com 33% do consumo total de fertilizantes, e o nitrogênio, com 29%. Juntos, formam a sigla NPK. Dentre as culturas que mais demandam o uso de fertilizantes estão a soja, o milho e a cana-de-açúcar, somando mais de 73% do consumo nacional.

Segundo dados da Anda(Associação Nacional para Difusão de Adubos), mais de 85% dos fertilizantes utilizados no país são importados, com um mercado dominado por poucos fornecedores, deixando o setor vulnerável às oscilações do mercado internacional de fertilizantes. Com o plano, a meta é baixar para 45%, mesmo que dobre a demanda por fertilizantes.

O Brasil é o quarto maior produtor mundial de grãos (arroz, cevada, soja, milho e trigo), sendo responsável por 7,8% da produção total mundial. O objetivo do PNF é minimizar a dependência externa desses nutrientes, que chegam ao país principalmente da Rússia, da China, do Canadá, do Marrocos e da Bielorússia. Estados Unidos, Catar, Israel, Egito e Alemanha completam a lista dos dez maiores exportadores de fertilizantes para o Brasil em 2021, de acordo com dados do Ministério da Economia.

As diretrizes do PNF também abordam uma política fiscal favorável ao setor, incremento de linhas de fomento ao produtor, incentivos a ações privadas, expansão da capacidade instalada de produção, melhorias na infraestrutura e logística nacionais. Segundo Flávio Rocha, secretário especial para Assuntos Estratégicos do Ministério da Agricultura,  há 21 obras inacabadas que poderiam ser concluída, o que poderia ajudar a diminuir o déficit atual por adubos.

Além da redução da dependência externa, o PNF ainda apresenta oportunidades em relação a produtos emergentes como os fertilizantes organominerais e orgânicos (adubos orgânicos enriquecidos com minerais, por exemplo) e os subprodutos com potencial de uso agrícola, os bioinsumos e biomoléculas, os remineralizadores (exemplo, pó de rocha), nanomateriais, entre outros.

O desenvolvimento de tecnologias apropriadas ao ambiente tropical de produção brasileiro e a formação de redes de apoio tecnológico ao produtor rural e aos técnicos também compõem o Plano e integram a Caravana Embrapa FertBrasil. A ação, realizada pela Embrapa, prevê visitas técnicas aos principais polos agrícolas, visando abordar práticas para o aumento da eficiência no uso dos produtos. A previsão é de que os resultados da caravana promovam uma economia de até 20% no uso dos fertilizantes no Brasil já na safra 2022/23, o que pode resultar em até um US$ 1 bilhão de economia para o produtor rural brasileiro.

Forbes

Receita da Embraer teve alta de 15% em 2021

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Foto: Embraer/Divulgação

A Embraer fechou o ano de 2021 com receita líquida de R$ 22,7 bilhões, 15% superior a registrada em 2020. Foram entregues pela companhia um total de 141 jatos, no ano passado: 48 aeronaves comerciais e 93 jatos executivos (62 leves e 31 médios). Os dados foram divulgados na noite de ontem (9) pela empresa.

De acordo com a Embraer, o setor de aviação comercial da companhia fechou 2021 com crescimento de receita de 23%, para R$ 7,1 bilhões, em razão do aumento nas entregas dos jatos E195-E2, bem como pelos preços mais altos. A aviação executiva alcançou receita de R$ 6,1 bilhões – crescimento de 9%, impulsionado pelo aumento das entregas.

A área de defesa e segurança sofreu queda de receita de 8%, para R$ 3,1 bilhões, tendo sido impactada principalmente pela negociação junto à Força Aérea Brasileira (FAB) em relação ao contrato do KC-390, na qual o número de aeronaves a serem entregues foi reduzido de 28 para 22 unidades.

Já a área de serviços e suporte apresentou crescimento de 29% em sua receita em 2021, atingindo R$ 6,1 bilhões. Segundo a Embraer, a elevação deverá se estender à medida que as operações das companhias aéreas continuem a se recuperar do pico da pandemia em 2020.

De acordo com o balanço divulgado, a empresa encerrou o 2021 com uma dívida líquida de R$ 7,7 bilhões, ante R$ 8,8 bilhões ao final de 2020. Já os pedidos firmes em carteira, ao final de 2021, eram, na aviação comercial, de US$ 9,0 bilhões; na aviação executiva, de US$ 2,9 bilhões; em defesa e segurança, de US$ 2,7 bilhões; e em serviços & suporte, de US$ 2,4 bilhões.

Agência Brasil

Receita zera PIS/Pasep e Cofins incidentes sobre importações de GLP

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Foto: Mason Hassoun/Unsplash

A Receita Federal publicou hoje (9) instrução normativa zerando alíquotas do PIS/Pasep e da Cofins sobre o botijão de gás de cozinha de 13 quilos (kg) de uso doméstico. A medida incide sobre a importação e a receita de comercialização do produto.

Ficam reduzidas a zero as alíquotas da Contribuição para o PIS/Pasep-Importação e da Cofins-Importação incidentes sobre o gás liquefeito de petróleo (GLP) que será, posteriormente à operação, envasado em recipientes de até 13 kg e destinado ao uso doméstico, diz a norma.

A medida é adotada em meio à disparada no preço do petróleo em razão do conflito envolvendo Rússia e Ucrânia. A Rússia é o maior exportador mundial de petróleo e derivados combinados, com exportações de cerca de 7 milhões de barris por dia, ou 7% da oferta global.

Na segunda-feira (7), os preços atingiram os níveis mais altos desde 2008. O petróleo Brent subiu US$ 5,1, ou 4,3%, para fechar em US$ 123,21 o barril, e o dos EUA (WTI) avançou US$ 3,72, ou 3,2%, encerrando o dia em US$ 119,40 o barril. Durante a sessão, os benchmarks (marcas de referência) atingiram o nível mais alto desde julho de 2008, com o Brent chegando a US$ 139,13 por barril e o WTI, a US$ 130,5.

Levantamento da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) mostra que o gás de cozinha ultrapassou os R$ 100 em todas as regiões do país, variando de R$ 109,40 a R$ 140.

Agência Brasil

Mulheres lideram 10,1 milhões de empreendimentos no Brasil

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Foto: Christina wocintechchat.com/Unsplash

Um estudo do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) aponta que o empreendedorismo feminino no Brasil apresentou sinais de recuperação no último trimestre do ano passado, depois de sofrer retração a partir dos primeiros meses da pandemia do novo coronavírus (covid-19).

O estudo, realizado com base nos dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnadc), mostrou que após recuar para um total de 8,6 milhões, no segundo trimestre de 2020, o número de mulheres à frente de um negócio no país fechou o quarto trimestre de 2021 em 10,1 milhões, mesmo resultado registrado no último trimestre de 2019, antes da pandemia.

Apesar dessa evolução, a participação das mulheres empreendedoras no universo de donos de negócio no Brasil (34%) ainda está abaixo da melhor marca histórica, registrada no 4º trimestre de 2019, quando elas representavam 34,8% do total.

O estudo do Sebrae indica ainda que a participação feminina entre os donos de negócios empregadores também continua abaixo do período pré-crise. No final de 2019, havia 1,3 milhão de donas de empresas que contratavam empregados, o que representava 13,6% do total das donas de negócio. Já no final do ano passado, esse número havia recuado para 1,1 milhão (11,4% do universo).

Os dados mostram que 50% das proprietárias de negócios de estão no setor de serviços, enquanto 21% estão no setor de construção. Em relação aos homens, 35% dos donos de negócios se concentram no setor de serviços, enquanto 21% estão no setor de construção.

Ainda segundo a pesquisa, aumentou a proporção de mulheres que são chefes de domicílio. Em 2019, elas eram 47% e no último trimestre de 2021 as empreendedoras chefes de domicílio representaram 49% do total.

O Sebrae mostra que a escolaridade das mulheres que estão empreendendo aumentou e que a diferença do número de mulheres com pelo menos o nível médio aumentou em relação aos homens entre o último trimestre de 2019 e o mesmo período de 2021.

No quarto trimestre do ano passado, 68% das empreendedoras tinham pelo menos o ensino médio. Entre os homens, essa proporção era de 54%. A variação no período foi de 11 pontos percentuais entre as mulheres e 4 pontos entre os homens.

A pesquisa mostrou crescimento da participação feminina nos setores de informação/comunicação e educação/saúde. Entre o quarto trimestre de 2019 e o mesmo período do ano passado, a presença das empreendedoras cresceu 3 pontos percentuais e 4 pontos, respectivamente.

Agência Brasil