A “Justiça Social” e a “Distribuição Justa de Riqueza”: conceitos bonitos, mas limitados

"Justiça social" e "distribuição justa de riqueza" são expressões que já se tornaram parte do vernáculo. Praticamente não há intelectuais, jornalistas e políticos que não pontifiquem, com desinibição e segurança, a respeito destas expressões, e quase sempre em tom de aprovação e louvor.

A busca por “justiça social” e “distribuição justa de riqueza” tornaram-se parte integrante do discurso atual de políticos, jornalistas e acadêmicos que, frequentemente disseminam esses conceitos com entusiasmo e aprovação. No entanto, é crucial entender que essas ideias têm raízes em uma visão econômica estática que não reflete a dinâmica real da economia.

A Natureza da Economia Dinâmica

A suposição de que “todas as informações são conhecidas” é o alicerce dos modelos econômicos convencionais, que tratam a economia como algo estático. Essa hipótese é irreal, uma vez que a informação na economia está dispersa e em constante evolução devido à criatividade e inovação humanas. Novos objetivos são estabelecidos, novos meios são criados e utilizados, desafiando a ideia de uma economia estática e isso é o que chamamos de empreender.

A Abordagem da Escola Austríaca de Economia

A Escola Austríaca de Economia introduziu uma nova perspectiva. Em contraste com a visão estática, ela reconhece que o processo econômico é impulsionado por empreendedores que continuamente transacionam e descobrem novos arranjos, baseados em dados reais. Essa informação é subjetiva e tácita, não objetiva. Os seres humanos têm a capacidade inata de criar, descobrir e buscar oportunidades de lucro, arriscando seu capital próprio em busca, muitas vezes, do desconhecido para fins de prosperidade e criar soluções destrutivas, que costumam mudar o modo de vida dos indivíduos.

O Princípio Ético da Criatividade Empresarial

Nesse contexto, a ética social deve priorizar a liberdade e a criatividade empresarial. O direito natural de um indivíduo empreendedor de colher os frutos de sua criatividade empresarial é fundamental. Se não pudermos reivindicar o que criamos ou descobrimos, perderemos os incentivos para exercer nossa capacidade criativa. Isso prejudica a detecção de oportunidades de lucro e reduz nossa motivação para agir.

O Caráter Imoral do Intervencionismo

Intervencionismo, regulamentações e expropriação de riqueza, independentemente de suas intenções nobres, são intrinsecamente imorais. Eles impedem o livre exercício da função empresarial ao usar a coerção para forçar a conformidade. A coerção institucionalizada mina a capacidade das pessoas de almejar novos objetivos e criar meios para alcançá-los.

O Papel da Caridade versus a Intervenção Estatal

Embora o ímpeto humano para a criatividade empresarial se estenda à ajuda aos necessitados, a intervenção estatal prejudica esses esforços. O “estado de bem-estar social” retira os incentivos para ajudar e transfere essa responsabilidade para o governo, que na maioria das vezes é ineficiente. A solidariedade e a colaboração voluntária são suprimidas, prejudicando o verdadeiro espírito de ajuda mútua.

Uma abordagem mais realista da economia reconhece sua natureza dinâmica, baseada na criatividade e na descoberta contínuas. A ética social deve valorizar a liberdade e a criatividade empresarial, respeitando o direito de cada indivíduo colher os frutos de suas iniciativas. O intervencionismo, por outro lado, é moralmente questionável, pois inibe a capacidade humana de prosperar e colaborar de maneira voluntária. A verdadeira caridade floresce quando as pessoas são livres para exercer sua criatividade em busca do bem comum.

Para saber mais

Certamente, o tema apresentado aqui também tem sido abordado por diversos autores. Listamos aqui alguns deles que, com suas ideias, nos ajudam a ver como a realidade econômica é muito diferente de discursos bonitos de alguns de nossos políticos, jornalistas e acadêmicos:

  • Thomas Sowell: Autor de obras influentes como “Conflito de Visões” e “A Verdade Sobre os Intelectuais”, Sowell é conhecido por sua abordagem conservadora em questões econômicas e sociais. Ele frequentemente argumenta contra políticas de redistribuição de renda e defende a importância da liberdade individual e da meritocracia.
  • Ayn Rand: A filósofa e romancista Ayn Rand é famosa por suas obras “A Revolta de Atlas” e “A Nascente”, que promovem o objetivismo, uma filosofia que enfatiza o egoísmo racional, o livre mercado e a propriedade privada. Ela criticou fortemente a ideia de “Justiça Social” e defendeu a primazia do indivíduo sobre o coletivo.
  • Milton Friedman: Um renomado economista conservador, Friedman argumentou a favor do livre mercado e da limitação da intervenção do governo na economia, enfatizando a importância da liberdade individual.
  • Friedrich Hayek: Autor de “O Caminho da Servidão”, Hayek advogou pela economia de mercado e alertou sobre os perigos do planejamento centralizado, enfatizando a importância da liberdade individual e da propriedade privada.
  • Russell Kirk: Kirk é conhecido por sua obra “Os Dez Princípios Conservadores”, onde destaca a importância da prudência e da tradição como valores fundamentais.
  • Edmund Burke: Embora seja um autor do século XVIII, as ideias de Burke sobre a preservação das instituições e a desconfiança em relação à mudança abrupta ainda influenciam o pensamento conservador atual.
  • William F. Buckley Jr.: Como fundador da revista “National Review”, Buckley desempenhou um papel importante na disseminação do conservadorismo nos Estados Unidos, abordando temas políticos e econômicos.

Esses autores oferecem perspectivas valiosas sobre o tema da “Justiça Social” e da “Distribuição de Riqueza” a partir de uma visão que valoriza o indivíduo, o mercado livre e a limitação do poder estatal, na busca pela vida, paz, liberdade e prosperidade.

IoP

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