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5G vai a leilão no Brasil

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Foto: Mikel Parera/Unsplash

Realidade em 65 países e 1.662 cidades, a telefonia móvel de quinta geração dará o seu primeiro grande passo no Brasil em uma concorrência marcada para o próximo dia 4. Às 10h, na sede da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), em Brasília, os envelopes com as propostas das empresas habilitadas a concorrer em diferentes modalidades de operação e localidades começarão a ser abertos.

Além de grandes operadoras já atuando na telefonia brasileira, como Claro, TIM e Telefônica (Vivo), o leilão pode ter a participação de outras 12 empresas. A Algar e a Sercomtel, de médio porte, também já operam no país. As outras dez concorrentes estrearão no mercado: Brasil Digital Telecomunicações Ltda; Brisanet Serviços de Telecomunicações SA; Cloud2U Indústria e Comércio de Equipamentos Eletrônicos Ltda; Consórcio 5G Sul; Fly Link Ltda; Mega Net Provedor de Internet e Comércio de Informática Ltda; Neko Serviços de Comunicações, Entretenimento e Educação Ltda; NK 108 Empreendimentos e Participações SA; VDF Tecnologia da Informação Ltda; e Winity II telecom Ltda.

Mesmo tendo apresentado propostas, as competidoras que não cumprirem todas as exigências do Edital 1/2021 serão excluídas — e seus envelopes, devolvidos intactos.

A expectativa é de que o Tesouro Nacional arrecade R$ 3,06 bilhões, caso os lotes sejam leiloados na sua totalidade. Esses recursos, relativos às outorgas, terão um impacto direto nas finanças do governo, mas é possível que até R$ 49,7 bilhões sejam movimentados com a venda dos espaços de radiofrequência em 5G, sendo R$ 7,57 bilhões para atender à demanda de internet para rede de educação básica. Outros R$ 39,1 bilhões compõem o restante dos investimentos obrigatórios constantes do edital, incluindo uma rede exclusiva para a área governamental em Brasília.

A licitação, que será dirigida a radiofrequências nas faixas de 700 MHz, 2,3 GHz, 3,5 GHz e 26 GHz, com prazo de operação de 20 anos prorrogável por mais 10, teve como primeiro horizonte o mês de novembro do ano passado e só foi marcada em definitivo depois de correções no edital determinadas pelo Tribunal de Contas da União (TCU). Segundo a Anatel, “será a maior oferta de espectro da história da agência”. Mas a princípio só serão beneficiadas as capitais e as grandes cidades.

Podem participar do certame empresas constituídas segundo as leis brasileiras, com sede e administração no país, em que a maioria das cotas ou ações com direito a voto pertença a pessoas naturais residentes no Brasil, inclusive as que explorem serviço de telecomunicações, individualmente ou em consórcio. As estrangeiras estão autorizadas, desde que firmem compromisso de se adaptarem às características exigidas.

Entre as principais novidades da tecnologia 5G, estão a transmissão de altas taxas de dados e em baixa latência, ou seja, no menor espaço de tempo possível, com segurança e confiabilidade. Na ampla gama de possibilidades a serem exploradas, há aplicações eficientes para o desenvolvimento de serviços destinados a diversas atividades econômicas e pessoas físicas, como operação remota de máquinas, operação de máquinas por outras máquinas, procedimentos em telemedicina e transmissão de vídeos em alta resolução.

Escalada tecnológica

Na trajetória das tecnologias móveis de telefonia, cada geração voltou-se para uma determinada abordagem, quase sempre tendo em vista um usuário humano. A primeira geração oferecia cobertura de telefonia utilizando torres. Nessa época, os celulares funcionavam basicamente como rádios de comunicação em FM (algo como os folclóricos walkie talkies) e tinham de ser conectados a redes de telefonia fixa.

O 2G foi a primeira tecnologia a inserir a telefonia no campo das comunicações móveis, com modestas taxas de transmissão de dados, que não comportavam arquivos grandes e ainda podiam incluir opções de sons de chamada e mensagens de texto. O 3G propiciou ao usuário usar dados no celular como se fosse numa conexão de banda larga fixa em um computador. Surgiram nessa etapa ofertas pioneiras e criou-se o ambiente para o desenvolvimento de novos ramos da economia digital.

O 4G formatou o mundo em que nos comunicamos atualmente, ao aumentar a velocidade da transmissão de dados e facilitar as conexões em redes velozes na maior parte do tempo. Com isso, serviços que estavam limitados ao atendimento físico migraram para a esfera digital: da entrega de comida ao táxi. Os compartilhamento de vídeos em alta definição, mas principalmente as redes sociais, são os grandes destaques de aplicações dessa geração.

Conforme a Anatel, o 5G “trará mudanças mais profundas para aplicações industriais e de automação do que para usuários de smartphones”. Estes terão disponíveis taxas de transmissão média e de pico muito superiores ao 4G, mas a grande inovação é esperada para as aplicações industriais e comerciais, como os carros autônomos e os sensores, além de uma melhor cobertura em rodovias, o que deve favorecer especialmente o transporte de cargas.

É a chamada Internet das Coisas (IoT, na sigla em inglês), que deverá ser atendida de forma massiva, com grande cobertura e baixo consumo de bateria, levando a um novo patamar de comunicabilidade.

Devido ao seu padrão tecnológico, que inclui maior sustentação e um tempo de resposta superior, o 5G ainda promete fazer avançar serviços como a segurança pública, a educação à distância e as cidades inteligentes.

São esperados igualmente avanços como a maior densidade das conexões, isto é, o aumento da quantidade de dispositivos conectados em uma determinada área; maior eficiência espectral, que é o aumento da quantidade de dados transmitidos por unidade de espectro eletromagnético; e maior eficiência energética dos equipamentos, com redução do consumo de energia e, consequentemente, reflexos na sustentabilidade ambiental.

A tecnologia 5G implicará um salto adicional, já que é flexível e se adapta à aplicação utilizada. Uma de suas funcionalidades é o “fatiamento da rede” (network slicing). Vídeos de alta resolução (4K, por exemplo) podem pedir larguras de banda extremamente altas, enquanto carros autônomos e cirurgias assistidas demandam latências (tempo de resposta) extremamente baixas. Em vez de obrigar todas as aplicações aos mesmos parâmetros de rede, o fatiamento permite ao provedor isolar virtualmente os segmentos de rede necessários para atender às necessidades de uma aplicação, otimizando os resultados.

Inclusão digital

O acesso às vantagens do 5G, entretanto, só serão possíveis por meio de um aparelho compatível com a nova tecnologia. Os requisitos para a certificação de tais aparelhos para a rede 5G já foram aprovados pela Anatel. Assim, espera-se que haja o crescimento da oferta de modelos adequados. Segundo a Anatel, o primeiro smartphone homologado compatível com a tecnologia 5G no Brasil foi lançado no final de junho de 2020. Mas, sem as novas redes, os benefícios ainda são pequenos. Redes de 4G e 3G ajustadas não são mais do que simulacros do que o 5G poderá de fato oferecer. De qualquer forma, por um bom tempo, os celulares compatíveis com as gerações 2G, 3G e 4G continuarão funcionando.

Vida do cidadão
O que muda de imediato na vida do consumidor pessoa física◼ O foco, pelo menos inicial, do 5G é a digitalização das atividades econômicas, para tornar as operações de máquinas e equipamentos mais rápidas, eficientes e seguras.
◼ O consumidor pessoa física vai se beneficiar marginal e gradualmente desses avanços, na medida em que as operadoras oferecerem sinal de quinta geração nos seus planos, principalmente nas cidades maiores. Espera-se com isso uma internet mais firme e aumento, por exemplo, da velocidade e do tamanho dos downloads e uploads.
Já existem aparelhos celulares 5G?◼ Para ter acesso pleno aos benefícios do 5G, é necessário um aparelho compatível com a nova tecnologia. Os requisitos para a certificação de tais aparelhos para a rede 5G já foram aprovados pela Anatel, permitindo que a quantidade de modelos certificados venha aumentando. O primeiro smartphone homologado compatível com a tecnologia 5G no Brasil foi lançado no final de junho de 2020. Mas, ainda que o usuário adquira esse equipamento, para que os benefícios do 5G sejam desfrutados é necessária a implantação das redes por parte das prestadoras. ◼ As prestadoras do serviço móvel vêm anunciando o lançamento comercial do 5G por meio da técnica de compartilhamento (DSS – Dynamic Spectrum Sharing) das frequências em uso pelo 4G e pelo 3G. Dessa forma, as prestadoras já iniciaram a preparação das redes atuais para a evolução ao 5G, mesmo antes da oferta de frequências que vêm sendo dedicadas mundialmente à quinta geração. Mas, com esse tipo de compartilhamento, ainda não será possível usufruir plenamente das potencialidades do 5G.
◼ A consulta aos produtos certificados e homologados pela Anatel pode ser feita pelo Sistema de Certificação e Homologação (SCH). Ao acessar o SCH para pesquisar por aparelhos celulares homologados com a tecnologia 5G, escolha a opção “Telefone Móvel Celular” no filtro “Tipo de Produto”, e a opção “NR” no filtro “Tecnologia”. Os demais filtros podem ser utilizados para refinar a busca, como “Fabricante”, “Modelo” ou “Faixa de Frequências”.
Os aparelhos celulares compatíveis com as tecnologias 2G, 3G e 4G deixarão de funcionar?◼ Os telefones celulares com tecnologia 4G, 3G e 2G continuarão a funcionar. No curto prazo, não há expectativa de descontinuidade das tecnologias anteriores.
Fonte: Anatel

Apesar da garantia de sobrevida para tecnologias mais antigas, a implantação das redes móveis de quinta geração ainda não dissipou as dúvidas sobre o quanto ela fará avançar o acesso à telefonia móvel para os usuários que vivem em áreas remotas do Brasil. Uma série de questões relacionadas a esse tema foram colocadas por especialistas e senadores que participaram, no dia 28 de outubro, de uma audiência pública promovida pela Comissão de Ciência e Tecnologia do Senado (CCT).

Além de amplificar os alertas para os riscos que corre a inclusão digital no país, o encontro também teve o objetivo de coletar subsídios à avaliação da política pública de telefonia celular 5G — essa avaliação está a cargo da CCT. Até o final do ano, o senador Jean Paul Prates (PT-RN) deve apresentar um relatório sobre a implantação dessas redes no Brasil.

Apesar de reconhecer a importância da nova tecnologia, Jean Paul observa que o assunto ainda é objeto de críticas e perguntas até agora sem respostas:

— Vai ser importante saber como ficará o cidadão comum lá do interior. Quando ele terá acesso a essa tecnologia? Como ele ficará servido das tecnologias que já estão ofertadas, mas com baixa qualidade? Quando e como essas tecnologias vão proporcionar maior bem-estar social e melhor qualidade de vida a esses cidadãos?

Na opinião de Alex Jucius, diretor da Associação NEO, que reúne 180 pequenas e médias prestadoras independentes de banda larga, TV por assinatura e telefonia fixa e móvel, a execução dos compromissos vai acelerar a inclusão digital. Segundo ele, mais de 500 municípios com até 600 habitantes e cerca de 2 mil municípios sem cobertura plena passariam a ser atendidos pelo menos com redes 4G. Além disso, a internet chegaria a 48 mil quilômetros de rodovias federais:

— A inclusão digital não necessariamente vai ser feita com o 5G. Mas pode ser feita por meio do 5G, com os investimentos decorrentes e os compromissos que estão sendo colocados. A implantação da tecnologia 4G e LTE vai ser levada para lugares que hoje não estão cobertos. O 5G vai talvez promover a maior inclusão digital que já houve neste país com relação à mobilidade.

Cristiane Sanches, conselheira da Associação Brasileira de Provedores de Internet e Telecomunicações (Abrint), acredita que o edital do leilão vai equilibrar o atendimento às capitais e ao interior:

— O edital permite que a gente tenha acesso a redes neutras. O futuro do espectro é o compartilhamento. Se não tivermos esse compartilhamento e um acesso diferenciado à rede móvel, nada vai funcionar e o interior vai restar prejudicado. Ainda existem lacunas em relação a localidades remotas e afastadas, e não é o 5G, nesse momento inicial da operação, que vai resolver isso.

Essa é também a previsão do diretor do Centro de Pesquisa e Desenvolvimento em Telecomunicações (CPqD), Gustavo Correa:

— O Fórum Econômico Mundial reconhece que o 5G tem uma curva de adoção que começa pelas grandes cidades, por áreas mais urbanas. À medida que o tempo passa, a gente vai conseguindo ter essa cobertura fora dos grandes centros e até mesmo em áreas rurais e remotas. O investimento nas redes 5G, para que elas cheguem a áreas menos densamente povoadas, é maior, o que leva a um prazo de adoção maior.

Cronograma de implementação no Brasil

Cronograma inicial do 5G
O uso da subfaixa de radiofrequências de 3.300 MHz a 3.700 MHz só poderá ser iniciado:
a partir de
30 de junho de 2022
◼ por municípios que sejam capitais de estados e o Distrito Federal
a partir de
1º de janeiro de 2023
◼ por municípios com população igual ou superior a 500 mil habitantes
a partir de
30 de junho de 2023
◼ por municípios com população igual ou superior a 200 mil habitantes e em pelo menos 25% dos municípios com população inferior a 30 mil habitantes
a partir de
30 de junho de 2024
◼ por municípios com população igual ou superior a 100 mil habitantes e em pelo menos 50% dos municípios com população inferior a 30 mil habitantes
a partir de
30 de junho de 2025
◼ por pelo menos 75% dos municípios com população inferior a 30 mil habitantes
a partir de
1º de janeiro de 2026
pelos demais municípios
Fonte: Edital Anatel 1/2021

Fonte: Agência Senado

“O Agro é parte da solução para mudanças climáticas”

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Foto: Tim Foster/Unsplash

A ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Tereza Cristina, afirmou nesta segunda-feira (1º) que a agropecuária, realizada de maneira sustentável, é parte da solução para um duplo desafio: mudança do clima e segurança alimentar.

Segundo a ministra, até 2030 o objetivo brasileiro é disseminar as tecnologias de baixa emissão de carbono a mais 72 milhões de hectares de terras agricultáveis sem necessidade de converter novas áreas à atividade produtiva. Com isso, a previsão é de que seja mitigada a emissão de mais de 1 bilhão de toneladas de carbono (CO²) equivalente.

“O potencial transformador da agropecuária de baixa emissão de carbono é enorme. Queremos compartilhar essa experiência com países de realidades semelhantes. Apenas com a disseminação das melhores práticas a todos os produtores poderemos colher os impactos positivos que a produção de alimentos, fibras e bioenergia pode ter”, disse a ministra durante a abertura do Brasil na COP26, na sede da Confederação Nacional da Indústria (CNI), em Brasília.

Recuperação ambiental

Em Glasgow, no painel “Políticas Públicas para Preservação e Recuperação Florestal”, o diretor de Regularização Ambiental do Serviço Florestal Brasileiro, João Adrien, afirmou que a previsão de recuperação em propriedades rurais por meio do Programa de Regularização Ambiental é de 34,4 milhões de hectares de reserva legal nos próximos 20 anos.

Novas metas

Nesta segunda-feira, o ministro do Meio Ambiente, Joaquim Leite, anunciou uma nova meta de redução de emissões de gases do efeito estufa.

“Apresentamos hoje uma nova meta climática, mais ambiciosa, passando de 43% para 50% até 2030; e de neutralidade de carbono até 2050, que será formalizada durante a COP26”, disse. Leite participou da abertura da cúpula por meio de transmissão simultânea, em evento realizado em Brasília, na sede da Confederação Nacional da Indústria (CNI).

Agência Brasil

“No combate à mudança do clima, sempre fomos parte da solução, não do problema”

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Foto: Mohmed Nazeeh/Unsplash

O ministro do Meio Ambiente, Joaquim Leite, anunciou nesta segunda-feira (1º) uma nova meta de redução de emissões de gases do efeito estufa. A informação foi divulgada durante a abertura da participação brasileira na Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP26), em Glasgow, na Escócia. 

“Apresentamos hoje uma nova meta climática, mais ambiciosa, passando de 43% para 50% até 2030; e de neutralidade de carbono até 2050, que será formalizada durante a COP26”, disse. Leite participou da abertura da cúpula por meio de transmissão simultânea, em evento realizado em Brasília, no edifício-sede da Confederação Nacional da Indústria.

Segundo o ministro, a conferência marca “uma transição do debate das promessas climáticas para a criação de empregos verdes”. Leite argumentou ainda que o Brasil tem atuado como articulador do debate. 

“Realizamos encontros bilaterais prévios com mais de 60 países, atuando como país articulador, buscando o diálogo e pontos de convergência. Também conduzimos dezenas de reuniões técnicas, coletando subsídios que culminaram numa estratégia de negociação para defender o interesse nacional e posicionar o Brasil como país fundamental nessa nova agenda verde mundial”, disse.

Crescimento verde

Em discurso gravado para a conferência, o presidente Jair Bolsonaro afirmou que o “Brasil é uma potência verde” e argumentou que o país é solução para os problemas atuais.

“O Brasil é uma potência verde. Temos a maior biodiversidade do planeta, a maior e mais rica cobertura florestal e uma das maiores áreas oceânicas. No combate à mudança do clima, sempre fomos parte da solução, não do problema”, afirmou.

Bolsonaro ressaltou ainda que o Programa Nacional de Crescimento Verde, lançado na semana passada, “traz as preocupações ambientais para o centro da agenda econômica”. A iniciativa tem como objetivo aliar a redução das emissões de carbono, a conservação de florestas e o uso racional de recursos naturais com geração de emprego verde e crescimento econômico.

“Ao promover uma ‘economia verde’, o programa vai orientar as ações de proteção e conservação do meio ambiente por meio de incentivos econômicos, direcionando recursos e atraindo investimentos. Com isso, vamos favorecer ações e projetos de conservação da floresta, uso racional dos recursos naturais, redução de emissões de gases de efeito estufa e, principalmente, geração de “empregos verdes”, defendeu Bolsonaro.

Agência Brasil

PL das Fake News erra o alvo e inibe a inovação e o desenvolvimento econômico

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Foto: Jeremy Bishop/Unsplash

Associações do segmento de economia digital divulgaram manifesto crítico ao projeto de lei 2.630/20, aprovado pelo Senado e que está em tramitação na Câmara. Conhecido como PL das Fake News, o projeto aponta uma série de medidas consideradas pelas entidades como prejudiciais ao próprio objetivo da lei.

O manifesto é assinado por camara-e.net, Abstartups, ABES, ABO2O, ALAI, AMOBITEC, ASSESPRO, Dínamo e IAB Brasil. Para estas associações, uma lei nos moldes do PL dificulta o combate às fake news ao propor a rastreabilidade para serviços de mensageria, burocratizar e encarecer a moderação, “colocando em risco direitos fundamentais e a própria capacidade de inovação e desenvolvimento econômico no ambiente online”.

As associações chamam atenção para  sete  pontos sobre o PL:

1 − Equipara Equivocadamente Plataformas e Tecnologias Díspares e Impede o Acesso à Informação (Art. 1º)

O texto é subjetivo com relação à definição conceitual de provedores de redes sociais e de serviços de mensageria privada, abrindo possibilidades de interpretações diversas sobre o tema. Erra ao impor às redes sociais, às aplicações de mensageria e às plataformas de vídeo as mesmas obrigações, ignorando que são ferramentas completamente distintas. Portanto, o texto proposto vai na direção contrária ao objetivo que anuncia, de combate à disseminação de informações falsas, pois pode resultar na redução do acesso a fontes diversas de informação disponível na web;

2 − Deixa o Ambiente Online Mais Perigoso (Art. 15):

Prevê diversas obrigações que geram risco à segurança ao engessar a remoção de conteúdo nocivo. A burocratização da atuação dos provedores imposta pelo PL torna as plataformas em uma Corte Online, o que pode gerar a perpetuação de conteúdos nocivos como os de fake news relacionadas à pandemia da Covid-19, de desinformação sobre o sistema eleitoral ou as instituições políticas brasileiras, de discurso de ódio ou de graves violações de direitos de crianças e adolescentes;

3 − Cria Barreiras à Publicidade Online (Arts. 16 a 20):

Representa um forte retrocesso ao desincentivar os anúncios digitais ao exigir informações excessivamente detalhistas dos anunciantes, que não são exigidas em nenhum outro ambiente publicitário e não contribuem concretamente ao combate às fake news. A publicidade digital ajuda a financiar muitos dos serviços inovadores e gratuitos oferecidos pelas empresas de tecnologia;

4 − Reduz a Diversidade de Notícias nas Plataformas Online (Art. 38):

Altera a sistemática da legislação autoral sem o devido debate e sem tratar do tema com a necessária clareza e minúcia. Na prática, a exigência generalista de que provedores de aplicação remunerem os autores pelo conteúdo utilizado pode obrigar as plataformas a remunerar conteúdo duvidoso, incentivando a circulação de informação nociva;

5 − Divulga Informações Sensíveis Desproporcionalmente (Arts. 9º e 18):

Sob o pretexto de promover maior transparência sobre as práticas de moderação de conteúdo, de impulsionamento de conteúdos e de publicidade nas redes sociais, o texto exige a disponibilização de uma quantidade excessiva de informações;

6 − Estimula a Coleta Indiscriminada de Dados e a Exposição dos Titulares (Arts. 13 e 39):

A proposta acaba incentivando a coleta ampla e desproporcional de dados pessoais para além do necessário ao funcionamento do serviço, em claro descompasso com o previsto na Lei Geral de Proteção de Dados (princípio da necessidade) e em todas as normas e melhores práticas internacionais. Na prática, a proposta põe em xeque as salvaguardas processuais existentes para assegurar a proteção de dados pessoais, a privacidade e os segredos de negócio;

7 − Desestimula o Acesso de Novos Players, Inclusive Estrangeiros (Art. 37):

O texto obriga agentes econômicos a possuírem representação legal no Brasil, acarretando aumento de custos e de barreiras de acesso, fechando o Brasil para todos os benefícios decorrentes da existência de uma economia globalizada e prejudicando o cidadão comum. Dada à natureza mutável da internet e o constante surgimento de novas plataformas e aplicações, é essencial que a legislação não impeça os usuários brasileiros de acessar serviços inovadores de startups estrangeiras, que poderão não reunir recursos para atender a essa exigência.

Fonte: Tele Síntese

Após 17 anos, Jogos Escolares Brasileiros voltam a ocorrer no RJ

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Foto: Gentrit Sylejmani/Unsplash

Nenhum dos mais de seis mil adolescentes – idades entre 12 e 14 anos – que participam da edição 2021 dos Jogos Escolares Brasileiros (JEBs) era nascido na última vez que o evento foi realizado. A competição, voltada àqueles que ainda engatinham como atletas, ficou sem ocorrer por 17 anos. Nesta quinta-feira (28), os JEBs foram retomados e as primeiras disputas foram da ginástica. O evento buscam recuperar o status de principal celeiro de talentos do esporte brasileiro. O palco é sugestivo: a cidade do Rio de Janeiro e suas instalações olímpicas.

“O esporte de alto rendimento de fato é a grande vitrine. Mas para que o topo da pirâmide seja forte é preciso fazer como as dez principais potências olímpicas do mundo: investir na base escolar e universitária”, defende o ex-árbitro de futebol Antônio Hora Filho, presidente da Confederação Brasileira do Desporto Escolar (CBDE).

Antônio Hora Filho enxerga a edição de 2021 como um recomeço duplo, tanto para os atletas que ficaram mais de um ano sem poder participar de competições por conta da pandemia, quanto para o próprio evento em si, que passou por um grande hiato desde 2004.

“Todo fato histórico possui várias interpretações. A interpretação da CBDE é de que durante esse período o esporte escolar brasileiro não foi priorizado”, analisou.

Até o dia 5 de novembro, o JEBs reunirá atletas de 17 modalidades, sendo 15 que estiveram no programa dos Jogos Olímpicos de Tóquio (as exceções são o futsal e o xadrez). Pela primeira vez na história, haverá disputa de provas paralímpicas, no caso, no atletismo. Os 26 estados, além do Distrito Federal, estarão representados com delegações do mesmo tamanho. 

O espelho das Olimpíadas se faz presente de mais formas. As Arenas Cariocas 1, 2 e 3, o Velódromo, o Complexo Aquático Maria Lenk, o Centro Olímpico de Tênis, a Arena da Juventude e a Arena Olímpica do Rio (conhecida atualmente como Jeunesse Arena) foram usadas na Olimpíada Rio 2016 e servirão de palco para diversas modalidades no JEBs.

Toda esta estrutura será avaliada de perto pelo presidente da Federação Internacional do Desporto Escolar (ISF), o francês Laurent Petrynka, que veio até o Rio para acompanhar a competição. O interesse por tudo o que acontecer nas arenas é maior devido ao fato de a cidade ser sede dos Jogos Mundiais Escolares sub-15 em 2023.

“Estamos aqui para dar o primeiro passo nesta parceria com a CBDE. Minha sensação imediata é de satisfação por perceber que aqui temos as melhores condições para sediar um evento esportivo. São instalações olímpicas e este é um símbolo muito forte. O que sentimos aqui é que o Brasil é um país de esporte, de muita hospitalidade, mas que também passa a mensagem da educação pelo esporte”, disse Petrynka.

O fato de o evento ter ficado tanto tempo sem ser realizado traz um frescor tanto para os jovens quanto para seus técnicos. A sensação é de fazer parte da história. Muitos deles miram nos ídolos que hoje são adultos, como as recém-campeãs olímpicas Ana Marcela Cunha (maratona aquática) e Rebeca Andrade (ginástica artística), que inclusive são embaixadoras da competição. Estar no JEBS pode ser um pequeno primeiro passo até lá.

Andressa Bacargi, técnica de atletas de ginástica que estão representando o Mato Grosso do Sul no JEBs, destaca a importância de que desde cedo as jovens se acostumem com esse ambiente.

“As meninas começam a treinar com 5 anos e já têm competição com 9 anos. Participando dessas competições maiores elas vão ganhando mais experiência, trabalhando com a ansiedade e o nervosismo. Porque a ginástica é muito precoce. Aos 16, elas já estão competindo na categoria adulta. Então, quanto mais cedo a gente conseguir ter essas competições com esse nível técnico melhor para elas”, expõe.

Agência Brasil

Sebrae lança cursos para capacitar artesãos

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Foto: Anne Nygård/Unsplash

Habituados ao contato direto com os consumidores, os artesãos de todo o país foram severamente afetados pelas restrições impostas pela pandemia da covid-19. Mesmo com o avanço da vacinação e a redução do número de mortes e de novos casos da doença, estes trabalhadores ainda enfrentam dificuldades para recuperar as perdas econômicas, conforme aponta uma pesquisa realizada pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) e pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), divulgada na semana passada.

Segundo a 12ª Pesquisa de Impacto da Pandemia do Coronavírus nas Micro e Pequenas Empresas, 76% dos artesãos entrevistados declararam que seguem faturando menos que antes do novo coronavírus chegar ao Brasil. Além disso, 23% dos artesãos continuavam sem poder trabalhar integralmente.

Mesmo a pandemia tendo explicitado a importância de produtores se valerem das novas tecnologias para fazer com que seus produtos cheguem a um público mais amplo, menos da metade (49%) dos artesãos promoveram mudanças na forma como atuavam antes da pandemia.

Capacitação

Diante deste cenário e pensando em ajudar os profissionais a se adaptar para melhorar a renda, o Sebrae e a Secretaria Especial de Produtividade e Competitividade do Ministério da Economia vão oferecer a interessados de todo o país cursos gratuitos de capacitação à distância.

As inscrições estão abertas e, de acordo com a assessoria da entidade, mais de 2,5 mil pessoas já manifestaram interesse nas oficinas. A ficha de inscrição pode ser preenchida aqui.

Apelidada de Trilha Artesão Empreendedor, a ação é fruto de um acordo de cooperação técnica assinado em 2019, para estimular o desenvolvimento do artesanato brasileiro. Além de promover a digitalização da divulgação e das vendas, as capacitações também vão tratar de planejamento e gestão do negócio; formas de obter créditos; marketing digital; atendimento aos clientes e benefícios do cadastramento no Sistema de Informações Cadastrais do Artesanato Brasileiro (Sicab).

Segundo o Sebrae, mesmo que a meta não seja substituir o contato direto com os clientes por uma atuação totalmente digital, é importante que os micro e pequenos empreendedores, incluindo os do chamado setor criativo – caso dos artesãos – conheçam e estejam aptos a usar as interações digitais a seu favor.

Salão

Após um hiato de um ano, o Salão do Artesanato chega a sua 14ª edição com o tema Raízes Brasileiras. Cerca de 500 artesãos selecionados para representar os 26 estados brasileiros mais o Distrito Federal vão expor seus trabalhos até o próximo domingo (31), no Shopping Pátio Brasil, na área central de Brasília.

Gratuita, a mostra ficará aberta à visitação do público das 10h às 22h e, segundo os organizadores, marca a retomada das atividades comerciais após o período mais severo da pandemia.

Além de estandes estaduais, com trabalhos dos artesãos selecionados por meio do Programa do Artesanato Brasileiro (PAB), haverá shows de música e danças típicas, além de oficinas de técnicas artesanais abertas aos visitantes, que poderão percorrer a tradicional Praça dos Mestres, onde estarão expostas, com destaque, as obras de alguns dos mestres artesãos mais prestigiados do país. Além disso, haverá também uma inédita Rodada de Negócios que permitirá aos profissionais e lojistas negociarem, inclusive virtualmente.

“Vamos tirar o artesão do seu lugar de criação e colocá-lo frente a lojistas de grandes metrópoles que vão possibilitar ao consumidor final levar para casa uma peça desenvolvida que não tem só beleza estética, mas história e um fundamento para que ela exista”, justifica Lica Marques, responsável pela Rodada de Negócios.

Realizado pela Rome Feiras e Promoções, o evento conta com o apoio institucional do governo federal, por meio da Secretaria Especial de Produtividade, Emprego e Competitividade do Ministério da Economia, e patrocínio da Secretaria de Turismo do Distrito Federal, Sebrae e Banco de Brasília (BRB).

Agência Brasil

Privatização da Petrobras ampliaria investimentos

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Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

O ministro da Economia, Paulo Guedes, falou no dia (25), durante evento com o presidente Jair Bolsonaro, que recursos da venda da Petrobras podem ser usados para ampliar os investimentos públicos e em tecnologia e bancar gastos sociais.

“E se daqui a 20 anos o mundo todo migrar para a energia elétrica, hidrogênio, nêutron, energia nuclear e o fóssil for abandonado? A Petrobras vai valer zero daqui a 30 anos. E o que nós fizemos?”, questionou o ministro, durante o lançamento do Plano de Crescimento Verde, no Palácio do Planalto.

“Deixamos o petróleo lá em baixo com um monopólio, uma placa de monopólio estatal em cima. O objetivo é tirar esse petróleo o mais rápido possível e transformar em educação, investimento, treinamento, tecnologia”, acrescentou Guedes.

Para o ministro, a alta de mais de 6% nas ações da Petrobras nesta segunda-feira é resultado da entrevista em que o presidente Jair Bolsonaro disse estudar um projeto de lei que permitiria a venda de ações da estatal nas mãos da União, até ela deixar de ser a controladora majoritária da empresa.

“Bastou o presidente falar ‘vamos estudar’, e o negócio [a ação da Petrobras] sai subindo e aparece R$ 100 bilhões. Não dá pra dar R$ 30 bilhões para os mais frágeis num momento terrível como esse, se basta uma frase do presidente para aparecer R$ 100 bilhões, brotar no chão de repente. Por que nós não podemos pensar ousadamente a respeito disso?”, comentou Guedes.

Caged

O ministro da Economia adiantou dados econômicos que serão divulgados amanhã (26). Segundo ele, a arrecadação de setembro, apurada pela Receita Federal, deverá trazer novos recordes. Além disso, o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), que mede o saldo de empregos formais, deve vir com mais de 300 mil postos de trabalho criados no país no mês passado.

“A economia está voltando com muita força. Conversava há pouco com o grupo da arrecadação da Receita Federal, novos recordes. Amanhã, possivelmente vão soltar também o Caged; mais de 300 mil empregos todo mês estamos criando”, declarou.

O ministro agradeceu ao presidente Jair Bolsonaro a confiança em mantê-lo no cargo. “Eu queria agradecer pela confiança do presidente. É sempre assim, eu estou morrendo afogado, ele aparece, renova a confiança e nós continuamos nessa aliança de liberais e conservadores por um futuro melhor do nosso país”, disse.

Agência Brasil

Brasil gera 313,9 mil empregos formais em setembro

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Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

O Brasil gerou 313.902 postos de trabalho em setembro deste ano, resultado de 1.780.161 admissões e de 1.466.259 desligamentos de empregos com carteira assinada. No acumulado de 2021, o saldo positivo é de 2.512.937 novos trabalhadores no mercado formal. Os dados são do Ministério do Trabalho e Previdência, que divulgou hoje (29) as Estatísticas Mensais do Emprego Formal, o Novo Caged.

O estoque de empregos formais no país, que é a quantidade total de vínculos celetistas ativos, chegou a 41.875.905, em setembro, o que representa uma variação de 0,76% em relação ao mês anterior.

De acordo com o ministro do Trabalho e Previdência, Onyx Lorenzoni, o país está mantendo a tendência dos últimos três meses de mais de 300 mil empregos novos por mês, o que é uma “demonstração clara da recuperação formal da economia”. Para ele, a campanha de vacinação contra covid-19 tem sido fundamental nessa retomada das atividades econômicas, mas ainda é preciso avançar em programas de qualificação e recolocação profissional.

“O governo vibra muito com esse número, mas não esquece de olhar para aqueles que estão hoje na informalidade, quer por falta de oportunidade, quer por falta de qualificação. E nós precisamos ter esse olhar duplo, de um lado aquele que tem hoje o seu emprego formal mantido, garantido e ampliado no Brasil e por outro lado aquela parcela de quase 40 milhões de brasileiros e brasileiras que precisa que o Estado olhe para eles e crie uma rampa de ascensão para a formalização”, disse, durante coletiva virtual.

Em setembro, o Senado rejeitou o texto da Medida Provisória (MP) 1.045/2021, que flexibilizava as regras trabalhistas para jovens. Incrementado pela Câmara e apelidado de minirreforma trabalhista, o projeto inicialmente restituia o programa de redução de jornada e salários para a manutenção de empregos durante a pandemia, mas foi expandido para incluir programas de incentivo ao emprego e à contratação de jovens.

Dados do mês

No mês passado, o saldo de empregos foi positivo nos cinco grupamentos de atividades econômicas: serviços, com a criação de 143.418 postos, distribuídos principalmente nas atividades de informação, comunicação e atividades financeiras, imobiliárias, profissionais e administrativas; indústria geral, que criou 76.169 novos empregos, concentrados na indústria da transformação; comércio, saldo positivo de 60.809 postos; construção, mais 24.513 postos de trabalho gerados; e agricultura, pecuária, produção florestal, pesca e aquicultura construção, que registrou 9.084 novos trabalhadores.

Dentro do setor de serviços, o ministro Onyx destacou a criação de vagas no grupo alojamento e alimentação, com 31.763 novos postos, o que mostra, segundo ele, a ampliação do turismo interno brasileiro. “Várias áreas turísticas estão com reservas esgotadas e é importante destacar porque essa é uma área da atividade formal que tem que ser olhada com atenção, porque tem potencial de crescimento enorme no nosso país”, disse.

Saldo positivo

Todas as regiões do país tiveram saldo positivo na geração de emprego, sendo que houve aumento de trabalho formal nas 27 unidades da federação. Em termos relativos, dos estados com maior variação na criação de empregos em relação ao estoque do mês anterior, os destaques são para Alagoas, com a abertura de 16.885 postos, aumento de 4,73%; Sergipe que criou 6.097 novas vagas (2,2%); e Pernambuco, com saldo positivo de 25.732 postos (2,01%).

Os estados com menor variação relativa de empregos em setembro, em relação a agosto, são Rondônia, que teve criação de 388 postos, aumento de 0,15%; Amapá, com saldo positivo de 281, alta de 0,4%; e Mato Grosso do Sul, que encerrou o mês passado com mais 2.776 postos de trabalho formal, crescimento de apenas 0,49%.

Em todo o país, o salário médio de admissão em setembro de 2021 foi de R$ 1.795,46. Comparado ao mês anterior, houve redução real de R$ 18,11 no salário médio de admissão, uma variação negativa de 1%.

As estatísticas completas do Novo Caged estão disponíveis na página do Ministério do Trabalho e Previdência. Os dados também podem ser consultados no Painel de Informação do Novo Caged.

Agência Brasil

Confiança do consumidor volta a subir após dois meses em queda

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Foto: Pauline Bernfeld/Unsplash

O Índice de Confiança do Consumidor (ICC), medido pela Fundação Getulio Vargas (FGV), subiu 1 ponto de setembro para outubro deste ano e interrompeu uma trajetória de dois meses em queda. Com o resultado, o indicador chegou a 76,3 pontos, em uma escala de zero a 200 pontos.

A alta foi influenciada principalmente pelo Índice de Expectativas, que mede a confiança do consumidor brasileiro no futuro. O subíndice subiu 1,3 ponto, atingindo 82,4 pontos em outubro, puxado pela melhora das perspectivas sobre a situação financeira familiar.

O Índice da Situação Atual, que mede a percepção do consumidor sobre o presente, variou 0,2 ponto e chegou a 69 pontos.

“Contudo, consumidores se mantêm cautelosos em relação a intenção de compra de bens duráveis. O aumento da incerteza, o aumento dos preços e a demanda represada por serviços na pandemia podem estar contribuindo para frear o consumo desses produtos”, disse a pesquisadora da FGV Viviane Seda Bittencourt.

Agência Brasil

Cai tempo médio para abertura de empresas no país

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Foto: Jakob Owens/Unsplash

O tempo médio para a abertura de uma empresa no país é três vezes menor do que no início de 2019, ficando em menos de dois dias. Em 2019, o prazo médio era de cinco dias e nove horas e, atualmente, está em 47 horas. Os dados constam da plataforma Governo Digital, ligada ao Ministério da Economia.

Segundo a plataforma, a redução deve-se a medidas de simplificação, à integração digital entre as 27 juntas comerciais e adesão à plataforma Gov.BR.

Os dados mostram que, atualmente, 23 das 27 juntas comerciais já usam a assinatura do Gov.BR para a formalização dos novos negócios. A medida, entre outros pontos, ajuda a reduzir tempo e custos, uma vez que não é mais necessário despender recursos com reconhecimento de firma ou com certificado digital para abrir ou alterar os registros de uma empresa.

Dados do boletim Mapa de Empresas, do Ministério da Economia, revelam que, no segundo quadrimestre deste ano, foram abertas no país 1.420.782 empresas, o que representa aumento de 1,9% em relação ao primeiro quadrimestre de 2021 e de 26,5% na comparação com o segundo quadrimestre de 2020. O boletim mostra ainda que 328 mil empresas foram abertas em setembro deste ano, já com a redução do tempo.

“O tempo médio de abertura de empresas no país apresentou gradativa redução nos últimos meses, reflexo dos avanços obtidos pelos órgãos federais, estaduais e municipais, objetivando um processo de abertura de empresas mais simples e ágil. Os recordes em registro de novas empresas reforçam, cada vez mais, a opção do brasileiro pelo empreendedorismo e criação de novos negócios”, diz o boletim.

Segundo o ministério, em três das 27 unidades federativas brasileiras, já se abre uma empresa em menos de 24 horas, em média: Goiás, Espírito Santo e Distrito Federal. Das três, Goiás apresentou o menor tempo de abertura de empresas no segundo quadrimestre deste ano: 1 dia e 2 horas, uma queda de 16 horas (38,1%) em relação ao primeiro quadrimestre de 2021.

No estado da Bahia, leva-se mais tempo para abrir uma empresa: 6 dias e 1 hora. Apesar de estar no fim da fila, a Bahia apresentou considerável redução de prazo e está com  2 dias e 17 horas, 31,0% a menos que no primeiro quadrimestre do ano.

Agência Brasil