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Mercado financeiro prevê PIB de 5,18%

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Foto: Pat Whelen/Unsplash

As instituições financeiras consultadas pelo Banco Central (BC) elevaram novamente a projeção para o crescimento da economia brasileira este ano de 5,05% para 5,18%. Para 2022, a expectativa para Produto Interno Bruto (PIB) – a soma de todos os bens e serviços produzidos no país – é de crescimento de 2,10%, percentual ligeiramente menor do que o projetado na semana passada (2,11%).

O mercado financeiro manteve a projeção de expansão do PIB para 2023 e 2024, em 2,5%. As estimativas estão no boletim Focus de hoje (5), pesquisa divulgada semanalmente, em Brasília, pelo BC, com a projeção para os principais indicadores econômicos.

Para ler também e debater entre amigos: “Não comemos PIB!”, gritam. Não é bem assim! A criação de riqueza deve ser premiada, e não punida!

Inflação

A previsão do mercado financeiro para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) deste ano subiu de 5,97% para 6,7%. O IPCA é a inflação oficial do país. A estimativa supera o limite superior da meta de inflação que deve ser perseguida pelo BC. O centro da meta, definida pelo Conselho Monetário Nacional, é de 3,75%, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. Ou seja, o limite inferior é de 2,25% e o superior de 5,25%.

Para 2022, a estimativa de inflação permanece em 3,77%. Já a projeção do índice relativo a 2023 e 2024 é de 3,25%.

Taxa de juros

A expectativa do mercado financeiro para a taxa básica de juros (Selic) é de que encerre o ano em 6,50%. Para 2022, a previsão é de uma Selic em 6,75%. Há uma semana, a previsão para o mesmo ano era de 6,5% – mesmo percentual projetado para 2023 e 2024.

Para alcançar a meta de inflação, o Banco Central usa como principal instrumento a taxa básica de juros, a Selic, fixada atualmente em 4,25% ao ano pelo Comitê de Política Monetária (Copom).

Câmbio

A expectativa para a cotação do dólar caiu para R$ 5,04 ante os R$ 5,10 projetados há uma semana. Para o fim de 2022, 2023 e 2024, a previsão do valor do dólar para o final do período permanece estável em R$ 5,20; R$ 5,05; e R$ 5,00, respectivamente.,

Agência Brasil

“Não comemos PIB!”, gritam. Não é bem assim! A criação de riqueza deve ser premiada, e não punida!

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Foto: Ante Gudelj/Unsplash

Vez por outra, a frase “não comemos PIB” aparece nas redes e nos jornais.

Apareceu quando o PIB começou a cair no governo Dilma, e reapareceu agora no governo Bolsonaro, quando o PIB subiu acima do esperado.

A frase é interessante e merece atenção. 

De fato, literalmente não comemos PIB, também não vestimos PIB, não moramos no PIB e não saímos para dançar no PIB. PIB é uma construção teórica usada por economistas para tentar mensurar o quanto é produzido em uma região.

No PIB estão computadores, relógios, trigo, cortes de cabelos, massas e maçãs. “Quem é tanta coisa acaba por não ser nada”, pode dizer algum observador. Entretanto, esse observador estaria sendo injusto. 

Como outras medidas do tipo, o PIB simultaneamente carece e abunda de significados. A frase “não comemos PIB” é literalmente correta e bastante útil para apontar que existem coisas que o PIB não capta bem. Porém, a frase se torna enganosa quando usada para tirar relevância de uma queda ou de um aumento do PIB.

A criação de riqueza é o que interessa

Mensuramos o nível de pobreza de um indivíduo em relação a outro pela quantidade de bens e serviços disponíveis a ele. Uma pessoa será mais pobre que a outra quando possui menos bens e serviços à sua disposição para satisfazer suas necessidades.

Em termos de países, a situação é similar. Quanto mais bens e serviços disponíveis a seus habitantes, melhor será sua condição de vida e menor será o nível de pobreza. 

O padrão de vida de um país é determinado pela abundância de bens e serviços. Quanto maior a quantidade de bens e serviços ofertados, e quanto maior a diversidade dessa oferta, maior será o padrão de vida da população. Quanto maior a oferta de alimentos, quanto maior a variedade de restaurantes e de supermercados, de serviços de saúde e de educação, de bens como vestuário, imóveis, eletrodomésticos, materiais de construção, eletroeletrônicos e livros, de pontos comerciais, de shoppings, de cinemas etc., maior tenderá a ser a qualidade de vida da população. 

Logo no primeiro capítulo do livro Introduction to Modern Economic Growth, Daron Acemoglu, economista merecidamente festejado pelo livro Por que as nações fracassam?, trata de relação entre PIB per capita, que nada mais é do que o PIB dividido pela população, e os níveis de bem-estar de um país.

Vale ressaltar que, embora possua falhas, o PIB per capita ainda é o melhor indicador para retratar a verdadeira riqueza de um país. Essencialmente, o PIB per capita representa a divisão entre o total de bens e serviços produzidos por uma economia e o total de sua população. O indicador busca apresentar uma mensuração média da riqueza dos indivíduos de cada país.

Consequentemente, quanto maior o PIB per capita, maior a riqueza média de cada indivíduo, e, por definição, menor a sua pobreza.

Uma maneira óbvia de garantir um alto PIB per capita é facilitar  o empreendedorismo — a produção de bens e serviços — de um país. Um país será tanto mais rico quanto mais sua economia produzir em termos per capita. 

Sim, comemos PIB – e também bebemos PIB e o utilizamos de esgoto

Para ilustrar este ponto, Acemoglu apresenta dois gráficos reproduzidos abaixo. 

O primeiro mostra a correlação (que não é causalidade!) entre o logaritmo do PIB per capita e o logaritmo do consumo per capita. Fica clara a relação positiva entre as duas variáveis, ou seja, não comemos PIB, mas, onde o PIB por pessoa é maior, o consumo por pessoa também é maior.

Gráfico 1: no eixo horizontal, o PIB per capita (em logaritmo); no eixo vertical, o consumo per capita (em logaritmo)

O segundo gráfico mostra a correlação entre PIB per capita e expectativa de vida ao nascer. PIB não é comida nem remédio, mas, onde o PIB per capita é maior, as pessoas tendem a viver mais.

Gráfico 2: no eixo horizontal, o PIB per capita (em logaritmo); no eixo vertical, a expectativa de vida

“Isso é óbvio”, alguém pode dizer. Correto, mas também deveria ser óbvio que crescimento do PIB é uma boa notícia e queda do PIB é uma notícia ruim.

Estimulado pelo trabalho de Acemoglu, tomei a liberdade de mostrar outras correlações entre o PIB per capita e algumas variáveis que alguém pode considerar relevantes. 

A figura abaixo mostra a correlação entre PIB per capita e o percentual da população com acesso a saneamento básico.

Gráfico 3: no eixo horizontal, o PIB per capita (em logaritmo); no eixo vertical, a porcentagem da população atendida por saneamento básico

Além de consumir mais e viver mais, quem vive em locais com PIB per capita maior tem menos problemas de acesso à água tratada. 

Por causa do PIB? Não dá para dizer isso, lembrando que correlação não é causalidade. Mas, se é difícil, talvez impossível, estabelecer empiricamente uma relação de causalidade, não é tão difícil teorizar sobre tal relação – afinal, mesmo em um arranjo em que o saneamento é 100% estatal, mais riqueza criada permite mais tributação e uso de recursos em obras de saneamento.

Mas deixo isso para outra ocasião.

Consumir mais é bom, viver mais é bom, ter acesso a esgoto e água tratada é bom… mas o que vale tudo isso sem “tomar uma”? 

Pensando nisso, fui olhar a correlação entre PIB per capita e consumo de álcool. Deu positiva.

Gráfico 4: no eixo horizontal, o PIB per capita (em logaritmo); no eixo vertical, o consumo de álcool per capita (em logaritmo)

Pois é. Em última instância, se nada do que foi dito até aqui foi o suficiente para convencer da importância do PIB, talvez saber que onde o PIB per capita é maior se bebe mais irá mudar a opinião de alguns.

Meu conterrâneo Belchior cantou que nada é maravilhoso. Receio que ele esteja certo, mas definitivamente não é em conceitos econômicos que vamos encontrar algo para contradizer o poeta cearense. O PIB também está correlacionado com coisas indesejáveis, como, por exemplo, a poluição. Países com maior PIB per capita emitem mais CO2.

Gráfico 5: no eixo horizontal, o PIB per capita (em logaritmo); no eixo vertical, emissão de CO2 per capita (em logaritmo)

Muita gente acredita que isso é motivo para não comemorar aumento de PIB. Por outro lado, poucas pessoas parecem dispostas a migrar para países que emitem pouco CO2. Não sou especialista no assunto, mas creio que sacrificar PIB para preservar meio ambiente é uma estratégia complicada e limitada. 

(O que, aliás, comprova a imensa hipocrisia de ambientalistas de países ricos que exigem que os países mais pobres sacrifiquem seu economia).

Resta apostar que a chegada de novas tecnologias resolvam o problema e permitam a redução da correlação entre PIB e emissão per capita de CO2.

A última figura retorna à frase que motivou o artigo: não comemos PIB, mas, onde o PIB per capita é maior, o percentual da população subnutrida é menor.

Gráfico 6: no eixo horizontal, o PIB per capita (em logaritmo); no eixo vertical, a porcentagem da população subnutrida

Para concluir

Além da teoria, a própria empiria comprova a crucial importância do crescimento econômico para que uma população prospere. 

Se a economia cresce mais, isso significa que mais bens e serviços estão sendo produzidos. Consequentemente, maior será a qualidade de vida da população. Maior crescimento econômico também significa aumento da renda da população, o que por sua vez permite mais importações de produtos de alta qualidade, reforçando assim todo o ciclo virtuoso.

A solução para a pobreza, portanto, está em facilitar ao máximo o crescimento econômico. E, para que isso ocorra, o óbvio tem de ser feito: desburocratizar, desregulamentar, reduzir impostos (o que implica reduzir gastos do governo), facilitar o empreendedorismo e ter uma moeda forte.

O objetivo aqui não é contestar a frase de que “não comemos PIB”, mas contextualizar a importância do crescimento do PIB e como um maior PIB per capita está correlacionado com algumas características desejáveis de uma sociedade. 

Nunca é demais lembrar que, como também está registrado no livro de crescimento do Acemoglu, o processo de aumento do PIB per capita, embora geralmente bom para o bem-estar, cria perdedores e ganhadores – daí, talvez, as resistências.


Roberto Ellery é professor de economia da Universidade de Brasília (UnB), articulista do Instituto Liberal, e participa de debates sobre as formas de alterar o atual quadro de baixa taxa de investimento agregado no país e os efeitos de longo prazo das políticas de investimento.


Fonte: Mises Brasil

Produção industrial cresce 1,4% em maio

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Foto: Max LaRochelle/Unsplash

A produção industrial aumentou 1,4% na passagem de abril para maio, após três meses consecutivos de queda. Nesse período, de fevereiro a abril, houve perda acumulada de 4,7%. Com o resultado de maio, a indústria atingiu o mesmo patamar de fevereiro de 2020, no cenário de pré-pandemia de covid-19. Apesar do avanço, o setor ainda se encontra 16,7% abaixo do nível recorde registrado em maio de 2011.

Na comparação com maio do ano passado, a produção industrial cresceu 24%, a segunda taxa mais elevada desde o início da série histórica da pesquisa, em janeiro de 2002. A mais alta foi registrada no mês passado (34,7%). É o nono mês consecutivo de crescimento nesse indicador. Produtos alimentícios (2,9%), coque, derivados do petróleo e biocombustíveis (3%) e indústrias extrativas (2%) puxaram a alta no mês. Os dados são da Pesquisa Industrial Mensal (PIM), divulgada hoje (2) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

No índice acumulado no ano, frente a igual período de 2020, houve crescimento de 13,1%. Em 12 meses, a expansão chegou a 4,9%.

O gerente da pesquisa, André Macedo, afirmou que o resultado positivo de maio não significa uma reversão do saldo negativo acumulado nos meses de fevereiro, março e abril. “Há uma volta ao campo positivo, mas está longe de recuperar essa perda recente que o setor industrial teve. Muito desse comportamento de predominância negativa nos últimos meses tem uma relação direta com o recrudescimento da pandemia, no início de 2021, que trouxe um desarranjo para as cadeias produtivas”, disse, em nota.

O pesquisador destacou que o desabastecimento de matéria-prima e o encarecimento dos custos de produção estão entre as consequências sentidas pelo setor industrial. “Embora o resultado de maio na comparação com abril tenha sido positivo, quando olhamos o início de 2021 face ao recrudescimento da pandemia e todos os seus efeitos, o saldo ainda é negativo, haja vista que, quando pegamos outros indicadores, como o índice de média móvel trimestral, a leitura ainda é descendente”, disse. Em maio, o índice de média móvel trimestral caiu 0,8%.

Segundo o IBGE, o resultado positivo do índice geral em maio foi disseminado por 15 das 26 atividades analisadas pela pesquisa. “Esse número maior de atividades com crescimento está relacionado ao fato de termos, nos meses anteriores, um perfil bastante disseminado de atividades em queda. Isso faz com que haja uma volta natural ao campo de crescimento em função das quedas mais acentuadas nesses meses”, afirmou Macedo.

Outros resultados positivos vieram das atividades de metalurgia (3,2%), de outros produtos químicos (2,9%), de produtos farmoquímicos e farmacêuticos (8%), de bebidas (2,9%) e de confecção de artigos do vestuário e acessórios (6,2%). Já as atividades que mais impactaram negativamente o índice foram produtos de borracha e de material plástico (-3,8%), máquinas e equipamentos (-1,8%) e produtos têxteis (-6,1%).

Segundo a pesquisa, houve avanço em duas das grandes categorias econômicas: bens de consumo semi e não-duráveis (3,6%) e bens de capital (1,3%). Já os setores produtores de bens de consumo duráveis (-2,4%) e de bens intermediários (-0,6%) recuaram em maio.

Agência Brasil

Confiança empresarial atinge maior nível desde dezembro de 2013

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Foto: Andrew Neel/Unsplash

O Índice de Confiança Empresarial (ICE) subiu 4,3 pontos em junho, para 98,8 pontos, o maior nível desde dezembro de 2013. Após a terceira alta consecutiva, a média do segundo trimestre de 2021 superou a do trimestre anterior em 7,2 pontos. O dado foi divulgado ontem (1º) pelo Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV/Ibre).

Segundo o superintendente de Estatísticas do FGV/Ibre, Aloisio Campelo, a alta da confiança empresarial reflete a continuidade da fase de retomada da economia, sob o comando da indústria, que registra desde outubro de 2020 os maiores níveis médios de confiança desde 2011. Outro destaque das sondagens empresariais do FGV/Ibre em junho é o setor de serviços.

“Após a terceira alta expressiva seguida, a confiança do setor alcança o maior nível desde o início da pandemia. Ressalve-se que a recuperação desse setor continua ocorrendo de forma heterogênea, com os segmentos de serviços prestados às famílias avançando mais lentamente e sob influência ainda preponderante das expectativas. A aceleração do programa de vacinação é essencial para a normalização do nível de atividade deste segmento ao longo do segundo semestre”, avaliou Aloisio Campelo.

O Índice de Confiança Empresarial (ICE) consolida os índices de confiança dos quatro setores cobertos pelas sondagens empresariais produzidas pelo FGV/Ibre: indústria, serviços, comércio e construção.

Segundo a FGV, a alta do ICE foi motivada pela melhora tanto das avaliações sobre o momento atual quanto das expectativas para os próximos meses. O Índice de Situação Atual Empresarial (ISA-E) subiu 4,3 pontos, para 98,1 pontos. O Índice de Expectativas (IE-E) subiu 4,4 pontos, para 100,9 pontos, o maior nível desde fevereiro de 2020, na pré-pandemia da covid-19.

Todos os setores que integram o ICE registraram alta em junho, motivada tanto pela melhora das avaliações sobre o estado atual dos negócios, quanto das expectativas de curto prazo, com exceção do comércio nesse último caso. A indústria e o setor de serviços contribuíram com mais de 80% para a variação da confiança no mês.

Agência Brasil

Leilões de infraestrutura captaram R$ 30 bilhões em 2021

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Foto: Natalya Letunova/Unsplash

O Brasil já garantiu R$ 30 bilhões em investimentos, é o que revela o balanço do primeiro semestre de 2021 feito pelo Ministério da Infraestrutura. A informação será publicada em um caderno detalhado ainda nesta semana, e foi adiantada pelo ministro Tarcísio de Gomes Freitas durante entrevista ao programa A Voz do Brasil.

Apenas em abril deste ano, informa o ministro, foram leiloados 22 aeroportos, uma ferrovia e cinco terminais portuários, o que significa mais R$ 30 bilhões em investimentos somados aos R$ 30 já arrecadados. No total, 70 ativos públicos foram leiloados durante o governo do presidente Jair Bolsonaro, com mais de R$ 80 bilhões captados.

“A gente tem caminhado muito na direção de atrair o investimento privado. [Isso] é fundamental em um cenário de restrição fiscal para atingirmos o nosso objetivo, que é diminuir o gap [buraco, fenda] de infraestrutura”, disse o ministro.

Tarcísio Freitas informou também que as maiores concessões públicas ainda não foram feitas, e que a captação de investimentos crescerá consideravelmente no segundo semestre de 2021. Entre os exemplos, a rodovia Presidente Dutra – via de ligação entre Rio de Janeiro e São Paulo -, que deve também reduzir a quantidade de pedágios e tarifas para usuários.

O Porto de Santos e a BR-381 Minas, além dos aeroportos de Congonhas e Santos Dumont, também estão na lista de leilões que serão feitos no segundo semestre.

Câmara aprova acordo de livre comércio entre Brasil e Chile

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Foto: Elias Almaguer/Unsplash

A Câmara aprovou um projeto de decreto legislativo que contém complementos ao acordo de livre comércio entre Brasil e Chile no âmbito do Mercosul (Mercado Comum do Sul). O acordo foi assinado em 2018 e, desde 2018, apenas o Chile o reconheceu. É necessário a ratificação de todos os membros do Mercosul (Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai). O texto segue para o Senado.

O Chile se tornou, em 1996, o primeiro país associado ao Mercosul. O protocolo assinado em 2018, trata de diversos pontos adicionais a um acordo tarifário assinado em 2015, estabelecendo compromissos como facilitação de comércio, barreiras técnicas ao comércio, comércio transfronteiriço de serviços, investimentos, comércio eletrônico e compras governamentais.

O acordo é dividido em 24 capítulos, como meio ambiente, medidas sanitárias e fitossanitárias relacionadas ao comércio, cooperação econômico-comercial e micro e pequenas empresas. Na área ambiental, os dois países se comprometem, a partir da data em que o texto entrar em vigor, a que nenhuma das duas nações “deixe de aplicar efetivamente sua legislação ambiental por meio de um curso, de ação ou de inação, que seja contínuo ou recorrente e que afete o comércio ou o investimento entre as partes”. As nações devem também promover a contribuição dos povos indígenas e das comunidades tradicionais para o desenvolvimento sustentável.

Na área de medidas sanitárias e fitossanitárias, foram adotados compromissos mais amplos que os da Organização Mundial do Comércio (OMC) em relação à equivalência de regras, habilitação de estabelecimentos exportadores e reconhecimento de status sanitário dos países e suas regiões. Os dois países também reconhecem produtos típicos de cada nação, quando se trata da área de cooperação econômico-comercial.

Agência Brasil

Aneel leiloa 515 km de linhas de transmissão de energia

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Foto: Rodion Kutsaev/Unsplash

A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) leiloou hoje (30) 515 km de linhas de transmissão de energia em um pregão composto por cinco lotes, em seis estados, totalizando 2.600 megavolt-amperes (MVA) em subestações. Venciam as empresas que apresentavam a menor Receita Anual Permitida (RAP) em relação ao teto estabelecido pela agência. A RAP é a receita a que o empreendedor terá direito pela prestação do serviço de transmissão a partir da entrada em operação comercial das instalações.

Segundo a Aneel, os empreendimentos propiciarão investimentos de R$ 1,3 bilhão, com prazo de conclusão de 36 a 60 meses nos estados do Acre, Mato Grosso, Rio de Janeiro, Rondônia, São Paulo e Tocantins. Estima-se a criação de mais de três mil empregos diretos.

“O leilão foi um marco importante dentro do conjunto previsto de obras de transmissão nos próximos dez anos, com R$ 90 bilhões em investimentos. Este foi o terceiro leilão em dois anos e meio, com R$ 13,5 bilhões em investimentos e mais de 25 mil empregos gerados. É muito importante dentro do atual cenário hídrico. A expansão das linhas de transmissão é fundamental para dar mais segurança ao sistema e dar mais flexibilidade ao operador”, disse o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque.

Retomada da economia

O diretor-geral da Aneel, André Pepitone, afirmou que o resultado exitoso do leilão é a contribuição do setor elétrico para a retomada da economia no país, com geração de emprego, renda e desenvolvimento. “Atribuímos os resultados do leilão ao fato de termos no Brasil um ambiente de regras claras, atrativas ao investimento e de transparência para o mercado”, disse.

Segundo informações da Aneel, o lote um do Leilão de Transmissão nº 1/2021 foi arrematado pela EDP Energias do Brasil S/A, que apresentou oferta de R$ 38,6 milhões, representando um deságio de 36,59% em relação à Receita Anual Permitida prevista pela agência no valor de R$ 60,9 milhões. O lote um é composto pelas linhas de transmissão com extensão de 395 quilômetros no Acre e Rondônia, e a Subestação Tucumã, com 300) mega-volt-amperes (MVA). 

“Os empreendimentos visam oferecer uma solução estrutural para o sistema de transmissão que permita, no longo prazo, o pleno atendimento à carga de Rio Branco e das demais localidades no estado do Acre que venham a ser integradas ao Sistema Interligado Nacional (SIN). O prazo de conclusão das obras é de 60 meses”, disse a Aneel.

O lote dois foi arrematado pela Shanghai Shemar Power Holdings, com valor ofertado foi de R$ 30,07 milhões, representando um deságio de 51,39% em relação à RAP inicial de R$ 61,87 milhões estabelecida pela Aneel. O lote dois possui 100 km de linhas de transmissão e 1.200 mega-volt-amperes (MVA) de capacidade, com a construção da subestação Sete Pontes, no estado do Rio de Janeiro. Os empreendimentos visam atender cargas nas regiões de Niterói, Magé e São Gonçalo. A entrega é prevista para 60 meses a partir da assinatura do contrato, e a estimativa é de criação de 884 empregos diretos.

Empregos diretos

A MEZ Energia e Participações Ltda. venceu o lote três, ao apresentar oferta de R$ 12,51 milhões, representando um deságio de 55,35% em relação à Receita Anual Permitida prevista pela Aneel no valor de R$ 28,02 milhões. O lote três contém trechos de linha de transmissão totalizando um quilômetro e 1.200 mega-volt-amperes (MVA) de capacidade, com a construção da subestação Cuiabá Norte, em Mato Grosso (MT). O lote três servirá para atendimento a Cuiabá, com entrega prevista para 42 meses a partir da assinatura do contrato. Espera-se a criação de 617 empregos diretos.

O lote quatro foi arrematado pela Energisa Transmissão de Energia S/A, que apresentou oferta de R$ 4,09 milhões, o que correspondeu a um deságio de 62,80% em relação à RAP no valor de R$ 11 milhões prevista pela agência. O lote, para construção da Subestação Gurupi, com 200 mega-volt-amperes (MVA), servirá para o atendimento elétrico à região de Gurupi, no estado de Tocantins. Os empreendimentos devem ser entregues em 36 meses e a expectativa é de geração de 249 empregos diretos.

O lote cinco foi o segundo vencido pela MEZ Energia e Participações Ltda. A empresa apresentou oferta de R$ 9,93 milhões, deságio de 54,35% em relação à RAP de R$ 21,77 milhões prevista. O lote cinco possui 19 km em linhas de transmissão e 300 mega-volt-amperes (MVA) de capacidade, com a construção da subestação Dom Pedro I, no estado de São Paulo (SP). 

A construção dos empreendimentos visa ao atendimento adequado da região industrial de Mairiporã, Jaguari e São José dos Campos. A entrega é prevista para 42 meses a partir da assinatura do contrato, e a estimativa é de criação de 461 empregos diretos.

Agência Brasil

Índices de confiança do comércio e serviços sobem em junho

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Foto:Oleg Magni/Pexels

Os índices de confiança do comércio e do setor de serviços cresceram, pela terceira vez consecutiva, na passagem de maio para junho. Segundo da Fundação Getulio Vargas (FGV), o Índice de Confiança de Serviços subiu 5,7 pontos em junho e chegou a 93,8 pontos, o maior valor desde fevereiro de 2020 (94,4 pontos), período pré-pandemia de covid-19.

O Índice da Situação Atual, que mede a percepção dos empresários de serviços sobre o presente, teve alta de 4,7 pontos e atingiu 88,7 pontos. O Índice de Expectativas, que mede a confiança no futuro, cresceu 6,7 pontos e alcançou 99,1 pontos.

Comércio

O Índice de Confiança do Comércio subiu 2 pontos e chegou a 95,9 pontos, patamar mais alto desde setembro de 2020 (99,6 pontos). A confiança do empresariado do comércio cresceu em quatro dos seis setores pesquisados pela FGV.

A alta do setor foi puxada pelo Índice de Situação Atual que avançou 9,3 pontos e chegou a 104,2 pontos. O Índice de Expectativas por outro lado, recuou 5,9 pontos e atingiu 87,6 pontos.

Agência Brasil

Inclusão da EBC em plano de desestatização é discutida na Câmara

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Foto: Sašo Tušar/Unsplash

A Comissão de Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informática da Câmara dos Deputados discutiu, em audiência pública nesta segunda-feira (28), a inclusão da Empresa Brasil de Comunicação (EBC) no Plano Nacional de Desestatização. A empresa foi incluída por decreto publicado no dia 9 de abril.

O secretário-executivo do Ministério das Comunicações, Vitor Menezes, afirmou que o objetivo do governo ao incluir a EBC no Plano Nacional de Desestatização é encontrar alternativas para assegurar sustentabilidade econômico-financeira da empresa.

“Nós aqui temos uma intenção de tornar as empresas públicas deste país o mais eficiente possível e gostaríamos de também realizar ações de transformação junto à EBC, de maneira a tornar essa empresa ainda mais eficiente, de maneira que ela cumpra a sua função social da melhor forma possível. Por isso a gente fez o processo de inclusão da EBC no PND para realizar estudos e avaliar quais as alternativas de parcerias com a iniciativa privada poderia o Estado ter. Que opções que teríamos, de que maneira a gente pode trabalhar melhor com essa empresa? Isso tudo com vistas a garantir a sua sustentabilidade econômico-financeira”, afirmou o secretário.

Prejuízo financiado pelo pagador de impostos

Estima-se que R$ 550 milhões seja o orçamento total da EBC (Empresa Brasil de Comunicação) e desse montante são pagos os seus 1.879 funcionários concursados e nomeados (cargos de confiança), além de alguns prestadores de serviço terceirizados. A TV Brasil sozinha custa por volta de R$ 412,5 milhões (75% do total orçamento).

Para efeitos de comparação, esse é o valor aproximado que uma TV aberta comercial e antiga, como a Band, fatura anualmente. O que espanta, porém, é que, desse total de R$ 550 milhões orçados para a EBC, quase R$ 400 milhões (exatos R$ 378,4 milhões) são só em salários. O custo operacional de toda a empresa é bem menos da metade do custo só em salários.

O custo operacional de toda a empresa é bem menos da metade do custo só em salários.

O tamanho do prejuízo anual

A EBC também diz ter receitas, embora na internet esse dado hoje esteja vedado ao público comum.

A maioria do dinheiro arrecadado pela EBC em publicidade tem origem governamental ou estatal, mas também há vendas de conteúdo e parcerias. A TV Brasil vai ao ar de forma compulsória.

A lei do seAC (serviço de Acesso Condicionado) obriga as operadoras colocar em seu menu dois canais do Executivo. No caso, TV Brasil 1 e 2 (ex-NBR). Com isso, o Executivo acaba sendo obrigado também a reservar um orçamento para cumprir a obrigação. Segundo a presidência da EBC, entram outros R$ 200 milhões em verbas oriundas da CFRP (Contribuição para o Fomento da Radiodifusão Pública).

Quem paga essa contribuição são as empresas brasileiras de telecomunicação (operadoras Claro, Tim, Oi etc.). Nesse caso específico, como a TV Brasil mostrou até hoje pouquíssima utilidade pública palpável, tem um ibope beirando o traço, um jornalismo inexpressivo e, desde a fundação, tem, por preocupação aparente, mais acomodar jornalistas e funcionários apoiadores deste ou daquele governo e menos servir ao público, então o ministro Faria está certo: são de fato R$ 550 milhões anuais de “prejuízo” ao país.

Uma TV sem público

A TV Brasil foi lançada em 2007, no segundo mandato de Lula, e seu idealizador foi o então ministro das Comunicações, Franklín Martins. Desde o dia que foi ao ar até hoje, a emissora nunca deu nem sequer um ponto de ibope. Um dos motivos é que sua grade de programação sempre foi confusa, errática e desinteressante.

Nos primeiros anos a TV Brasil até produzia algum conteúdo exclusivo, mas, com o passar do tempo, passou quase que apenas a reproduzir programas comprados ou “emprestados” em parceria por emissoras como a TV Cultura.

Veja quanto custa a EBC por ano aos cofres públicos:

2015 – R$ 560 milhões
2016 – R$ 595 milhões
2017 – R$ 603 milhões
2018 – R$ 678 milhões
2019 – R$ 549 milhões
2020 – R$ 540 milhões 2
021* – R$ 550 milhões *estimativa

Fonte: EBC (Empresa Brasil de Comunicação).

Agência Brasil e Uol

Mercado financeiro prevê crescimento do PIB para 5,05%

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Imagem: Megan Rexazin/Pixabay

As instituições financeiras consultadas pelo Banco Central (BC) elevaram a projeção para o crescimento da economia brasileira este ano de 5% para 5,05%.

Para o próximo ano, a expectativa para Produto Interno Bruto (PIB) – a soma de todos os bens e serviços produzidos no país – é de crescimento de 2,11%, ante a previsão da semana passada de 2,10%. Em 2023 e 2024, o mercado financeiro projeta expansão do PIB em 2,5%.

As estimativas estão no boletim Focus de hoje (28), pesquisa divulgada semanalmente, em Brasília, pelo BC, com a projeção para os principais indicadores econômicos.

Inflação

A previsão do mercado financeiro para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) deste ano subiu de 5,90% para 5,97%.

A estimativa para 2021 supera o limite superior da meta de inflação que deve ser perseguida pelo BC. O centro da meta, definida pelo Conselho Monetário Nacional, é de 3,75%, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. Ou seja, o limite inferior é de 2,25% e o superior de 5,25%.

Para 2022, a estimativa de inflação permanece em 3,78%. Tanto para 2023 como para 2024 a previsão para o índice é de 3,25%.

Taxa de juros

Para alcançar a meta de inflação, o Banco Central usa como principal instrumento a taxa básica de juros, a Selic, fixada atualmente em 4,25% ao ano pelo Comitê de Política Monetária (Copom).

Para o mercado financeiro, a expectativa é de que a Selic encerre 2021 em 6,5% ao ano e permaneça neste patamar nos anos seguintes: 2022, 2023 e 2024.

Câmbio

A expectativa para a cotação do dólar segue em R$ 5,10. Para o fim de 2022, a previsão é de que a moeda americana fique em R$ 5,20.

Agência Brasil