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Por que é impossível acabar com a pobreza por meio da redistribuição de renda e riqueza

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Foto: Mika/Unsplash

Ninguém morre de desigualdade. Mas milhões morrem de pobreza.

Enquanto estes dois conceitos não forem corretamente entendidos, não há nenhuma chance de o problema da pobreza ser corretamente atacado.

Dentro do imaginário coletivo, os conceitos de “pobreza” e “desigualdade” se tornaram sinônimos: se há pobres é porque somos desiguais; se a desigualdade aumenta é porque aumentou a pobreza.

Esta mentalidade tende a ser reforçada durante períodos de recessão econômica: quando as rendas agregadas da sociedade (o PIB) entram em contração, a economia passa a ser vista como um jogo de soma zero, ou seja, se a renda de uma pessoa aumentou é porque a renda de outra inevitavelmente caiu.

Porém, as recessões econômicas não duram para sempre, e o fato é que a economia de mercado se mostrou capaz, ao longo dos últimos 200 anos, de aumentar a renda de todos os cidadãos. Segundo as estatísticas compiladas pelo economista britânico Angus Maddison, passamos de uma renda per capita mundial de 1.130 dólares por ano em 1820 para uma de 15.600 em 2015. E isso ao mesmo tempo em que a população global aumentou de 1 bilhão de pessoas para 7 bilhões. (Veja o estudo. Confira também este vídeo).

Igualmente, em 1820, aproximadamente 95% da população mundial vivia na pobreza, com uma estimativa de que 85% vivia na pobreza “abjeta”. Em 2015, menos de 10% da humanidade continua a viver em tais circunstâncias.

Ou seja, não só o número de habitantes no mundo aumentou 7 vezes, como ainda cada habitante aumentou sua renda em 11 vezes. Isto é uma façanha extraordinária.

Este fato, por si só, mostra como estão errados aqueles que dizem que toda a riqueza do mundo já está dada e deve apenas ser “redistribuída justamente”. Se toda a riqueza do mundo já estivesse dada, devendo apenas ser redistribuída, seria impossível que a renda per capita e a população mundial aumentassem simultaneamente.

O que ocorreria é que algumas pessoas aumentariam suas rendas à custa de todas as outras, e a renda per capita permaneceria constante — aliás, cairia, por causa do aumento do número de indivíduos.

Que tenhamos conseguido multiplicar por 11 a renda per capita do conjunto de habitantes do planeta (e por 20 em alguns países ocidentais, como os EUA) ilustra claramente que a economia não é um jogo de soma zero. E, principalmente, que desigualdade não é o mesmo que pobreza.

Confusões básicas

Uma sociedade pode ser muito igualitária e muito pobre. Ou bastante desigual e rica.

Albânia, Bielorrússia, Iraque, Cazaquistão, Kosovo, Moldávia, Tajiquistão e Ucrânia são sociedades que apresentam uma distribuição de renda muito mais igualitária que a da Espanha, mas são muito mais pobres. Por outro lado, Cingapura é uma sociedade muito mais desigual que a Espanha, mas apresenta uma renda per capita maior em todos os quintis da redistribuição de renda.

A Etiópia, cujo coeficiente de Gini — indicador que mensura a desigualdade; quanto mais próximo de 1, mais desigual é um país — é de 29,6 e o Paquistão (30) são mais igualitários que a maioria dos países desenvolvidos, como Austrália (35,2), Coréia do Sul (31,6) e Luxemburgo (30,8) e Canadá (32,6).

Tajiquistão (30,8), Iraque (30,9), Timor Leste (31,9), Bangladesh (32,1) e Nepal (32,8) são mais igualitários que Bélgica (33), Suíça (33,7), Polônia (34), França (35,2), Reino Unido (36), Portugal (38,5), Estados Unidos (40,8), Cingapura (42,5) e Hong Kong (43,4).

Já o Afeganistão (27,8) é uma das nações mais igualitárias do mundo.

Por isso, o objetivo primordial de qualquer pessoa preocupada com o bem-estar alheio deveria ser o de aumentar a renda total de cada indivíduo, e não reduzir as diferenças de renda entre cada indivíduo.

O bem-estar de um indivíduo está estritamente relacionado com seu nível de renda: quanto maior a renda, melhor sua alimentação, maior seu acesso a bens e serviços, maior seu acesso a bons serviços de saúde, maior seu acesso a uma boa educação, maior o seu tempo de lazer etc.

Uma pessoa é pobre porque ela é carente de bens materiais. Ela não possui um mínimo de suas necessidades materiais satisfeitas. Suas posses são escassas porque ela não tem renda para obter bens e serviços em um volume que satisfaça suas necessidades mínimas.

Isto, aliás, vale tanto para indivíduos quanto para países. Quanto mais bens e serviços disponíveis aos habitantes de um país, melhores serão suas condições de vida e menor será o nível de pobreza.

O padrão de vida — de um indivíduo e de um país — é determinado pela abundância de bens e serviços. Quanto maior a quantidade de bens e serviços ofertados, e quanto maior a diversidade dessa oferta, maior será o padrão de vida. Quanto maior a oferta de alimentos, quanto maior a variedade de restaurantes e de supermercados, de serviços de saúde e de educação, de bens como vestuário, imóveis, eletrodomésticos, materiais de construção, eletroeletrônicos e livros, de pontos comerciais, de shoppings, de cinemas etc., maior tenderá a ser a qualidade de vida da população. 

Por outro lado, como mostram as estatísticas, o bem-estar das pessoas não tem nenhuma relação com o grau de desigualdade da sociedade em que moram.

Mais ainda: nem sequer há evidências de que a desigualdade prejudica o crescimento econômico e, por conseguinte, o aumento da renda de todas as pessoas.

Logo, não faz sentido nem mesmo qualquer preocupação indireta para com a desigualdade. É claramente preferível uma sociedade com rendas elevadas, porém muito desiguais, a uma sociedade de rendas ínfimas, porém igualitárias.

Qualquer política econômica de bom senso deve visar ao crescimento econômico inclusivo (ou seja, um crescimento que beneficie a todos, ainda que em proporções desiguais), e não a uma redistribuição de renda.

Redistribuir renda e riqueza é redistribuir miséria

Para algumas pessoas, o crescimento econômico global não é desejável ou mesmo não é possível. Segundo elas, não podemos e não devemos seguir explorando um planeta com recursos limitados (sobre essa “exploração”, vale ressaltar que tais pessoas não aceitam nem mesmo que haja um aproveitamento mais eficiente dos recursos disponíveis por meio do aumento da produtividade).

Para tais pessoas, o objetivo é frear o crescimento econômico e redistribuir a renda e a riqueza que já existem: nós não precisamos de mais, precisamos apenas distribuir melhor.

O problema é que apenas redistribuir a renda e a riqueza não tem nenhum efeito duradouro sobre a pobreza.

E isso é fácil de ser demonstrado.

Hoje, a renda per capita global é de 15.600 dólares. Isso significa que, caso houvesse uma imediata distribuição igualitária de renda, conseguiríamos apenas fazer com que cada cidadão passe a ter 15.600 dólares.

À primeira vista, tal valor não parece pequeno. Uma família composta por dois adultos e um menor desfrutaria de 46.800 dólares, aparentemente mais do que a imensa maioria das famílias da Espanha, por exemplo. Mas o erro deste cálculo é não entender os conceitos que realmente integram a definição de renda per capita.

Em primeiro lugar, 15.600 dólares representam aproximadamente a renda per capita atual de países como Argélia, Bielorrússia, Botsuana, Brasil, China, Costa Rica, República Dominicana, Iraque, Líbano, Montenegro, Sérvia e Tailândia.

Ou seja, se redistribuíssemos perfeitamente a renda mundial, o padrão de vida de um europeu ou de um americano seria reduzido ao nível desses países [e nós brasileiros, como um todo, ficaríamos na mesma]. Trata-se de uma constatação nada esperançosa, ainda que, em uma análise superficial, os 15.600 dólares por cidadão pareçam bastante.

Mas isso ainda é o de menos. As coisas pioram. O que nos leva ao segundo ponto.

Nem toda a renda per capita disponível pode ser consumida: uma parte dela deve ser reinvestida de modo a garantir uma geração de renda no futuro. Isso é economia básica: se consumirmos toda a renda gerada por uma colheita, não será possível investir para gerar uma nova colheita no futuro.

Consequentemente, se uma pessoa ganhar 15.600 dólares hoje e gastar em bens de consumo, visando a aumentar seu bem-estar, rapidamente voltará a ser pobre. Terá algum luxo momentâneo, mas não terá renda futura.

Nas sociedades capitalistas, parte da renda reinvestida faz os capitalistas garantirem suas rendas futuras. No entanto, se esta renda for redistribuída entre todos, todos nós teremos de investir uma parte da nossa renda para manter a mesma capacidade produtiva da sociedade. Quanto deveríamos investir? O consenso é algo ao redor de 20% do PIB. Assim, da renda per capita de 15.600 dólares, somente 12.480 poderiam ser consumidos.

Em terceiro lugar, e este é o ponto crucial: após esta renda distribuída ter sido consumida, não haveria como ocorrer novas redistribuições.

Afinal, de onde viria a nova renda a ser redistribuída? Vale lembrar que não há mais ricos e pobres. Todos estão em igual situação. Consequentemente, não haverá mais de quem tirar.

Logo, e por definição, uma redistribuição de renda é algo que só pode ser feito uma única vez. E, após a redistribuição, os contemplados estarão em melhor situação apenas enquanto durar essa sua renda recebida. Tão logo ela seja consumida, tais pessoas voltarão ao estado de pobreza anterior.

E pior: com os empreendedores mais pobres, será muito mais difícil para tais pessoas melhorarem de vida.

Em quarto lugar, e complementando o terceiro item, em uma economia de mercado, a riqueza dos ricos não está na forma de dinheiro guardado na gaveta ou em contas bancárias. Também não está em amontoados de bens de consumo dentro de suas mansões. A riqueza dos ricos está majoritariamente na forma de meios de produção: instalações industriais, maquinários, ferramentas, edificações, estoques, ferramentas de produção, equipamentos de escritório de uma fábrica ou de uma empresa qualquer. 

Esses meios de produção, além de tornarem o trabalho humano mais eficiente e produtivo, produzem os bens e serviços que todas as pessoas consomem. Mais ainda: esses meios de produção demandam o emprego de mão-de-obra, e essa mão-de-obra é vendida pelas massas em troca de salários.

Quanto maior a riqueza de empreendedores e capitalistas, maior será a produção e a oferta de bens e serviços. Consequentemente, maior será a demanda por mão-de-obra.  E maior será o padrão de vida de todos.

Caso os ricos sejam espoliados destas posses (que são sua verdadeira riqueza), e caso estes bens de capital sejam “socializados” para todos, simplesmente não mais haverá a mesma alocação de recursos de antes.

Como explicou Mises, para um empreendedor ser bem-sucedido, não basta ele ter poupado e acumulado capital. É necessário que ele invista, contínua e repetidamente, naquelas linhas de produção que melhor atendam aos desejos dos consumidores. O empreendedor de sucesso é alguém que sabe estimar corretamente as futuras condições do mercado e está ávido para realizar empreendimentos que, caso se revelem corretos — isto é, que saibam antecipem corretamente as futuras demandas dos consumidores —, irão resultar em lucros. É isso o que distingue o empreendedor bem-sucedido das outras pessoas. Suas ações são dirigidas por uma estimativa do futuro que não é a mesma da maioria das pessoas.

Portanto, os capitalistas detentores destes meios de produção são bem-sucedidos exatamente porque sabem como alocar racionalmente estes meios de produção. Seu êxito decorre diretamente disso. Com os meios de produção socializados, esta superioridade empreendedorial — qualidade usufruída por muito poucos indivíduos — estará abolida.

Assim, com coletivização dos meios de produção [bizarrice defendida por proeminentes economistas brasileiros], o único resultado economicamente possível (comprovado na teoria e na prática) seria a universalização da miséria.

Na mais benéfica das hipóteses, todo o nosso bem-estar e toda a nossa capacidade de auferir receitas via trabalho assalariado estariam seriamente comprometidos.

Conclusão

Dizer que a pobreza se resolve com redistribuição de renda e de riqueza, e sem crescimento econômico, é trapaça intelectual. A única coisa que teríamos seria a redistribuição da miséria.

O problema atual não é a desigualdade, mas a pobreza que ainda resta. Tanto nos países desenvolvidos, como nos países em desenvolvimento, existem muitas pessoas pobres (embora o número seja cada vez menor).

A nossa prioridade deve ser tirá-los da pobreza e não universalizar suas carências.

Desigualdade não é pobreza: combater a desigualdade não acaba com a pobreza e diminuir a pobreza não implica acabar com a desigualdade. É imprescindível separar esses dois conceitos para não sermos enganados pelos defensores do igualitarismo, os quais querem apenas redistribuir a pobreza.


Juan Ramón Rallo é diretor do Instituto Juan de Mariana e professor associado de economia aplicada na Universidad Rey Juan Carlos, em Madri. É o autor do livro Los Errores de la Vieja Economía.


Fonte: Mises Brasil

Petrobras soma R$ 6 bilhões recuperados em acordos e delações

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Imagem: Pixabay

A Petrobras recebeu hoje (25) R$ 271,1 milhões referentes ao acordo de leniência celebrado pela Technip Brasil e Flexibras (empresas do Grupo Technip). Com esse pagamento, o total de recursos devolvidos para a companhia via acordos de colaboração, leniência e repatriações ultrapassou R$ 6 bilhões. 

A estatal do petróleo já havia recebido as duas primeiras parcelas desse acordo, em julho de 2019 e em junho de 2020, que somaram cerca de R$ 578,3 milhões. 

O acordo que resultou nesses ressarcimentos foi firmado com a atuação conjunta entre o Ministério Público Federal, Controladoria-Geral da União (CGU),  Advocacia-Geral da União (AGU) e Departamento de Justiça dos Estados Unidos (DoJ).

Operação Lava Jato

Somente este ano, um total superior a R$ 1 bilhão foi recuperado pela companhia em acordos de colaboração, leniência e repatriações. Entre fevereiro e março, a Petrobras já havia recebido ressarcimentos por meio do acordo de leniência da Samsung Heavy Industries, que destinou R$ 705,9 milhões à petrolífera brasileira. 

A Petrobras recebe os recursos na condição de vítima em crimes investigados pela Operação Lava Jato. Em nota, a companhia “reafirma seu compromisso de adotar as medidas cabíveis, em busca do adequado ressarcimento dos prejuízos decorrentes que lhe foram causados”. 

Ela informou, ainda, que atua como coautora do Ministério Público Federal e da União em 21 ações de improbidade administrativa em andamento, além de ser assistente de acusação em 79 ações penais relacionadas a atos ilícitos investigados pela Operação Lava Jato.

Agência Brasil

Imposto de renda de empresas será reduzido para 10% a partir de 2023

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Foto: Keyur Nandaniya/Unsplash

Na segunda fase da reforma tributária, o governo propôs a redução de Imposto de Renda de Pessoa Jurídica (IRPJ) dos atuais 15% para 10%. A mudança na alíquota deve ocorrer em duas etapas: para 12,5%, em 2022 e para 10% em 2023. O texto da reforma foi entregue hoje (25) ao Congresso Nacional pelo ministro da Economia, Paulo Guedes.

A medida vale para empresas de todos os setores, com exceção daquelas aderentes ao Simples Nacional, que têm regime de tributação diferenciado. Além da alíquota geral, hoje as empresas pagam um adicional de 10% para lucros acima de R$ 20 mil por mês. Pelo projeto, esse adicional vai permanecer.

Com a redução dos impostos para empresas, a expectativa do governo é favorecer os investimentos e a geração de novos postos de trabalho.

Pela proposta, deixa de existir a possibilidade de isentar o dinheiro do empresário investido na sua empresa, o chamado juro sobre capital próprio. De acordo com o subsecretário de Tributação e Contencioso do Ministério da Economia, Sandro Serpa, essa possibilidade foi criada em 1996, quando era difícil ter acesso a crédito e as empresas precisavam se autofinanciar com recursos dos sócios.

“Após todos esses anos, foi-se perdendo o objetivo dessa medida, com a quantidade de bancos, fintechs, as várias possibilidade de crédito que as empresas têm, os juros mais reduzidos. Com as mudanças no mercado de crédito, se avaliou não ser mais necessário dar esse benefício aos sócios”, disse, durante entrevista virtual para apresentar a proposta de reforma.

Pagamento em ações

Os pagamentos de gratificações e participação nos resultados a sócios e dirigentes feitos com ações da empresa também não poderão mais ser deduzidos como despesas operacionais na declaração de IRPJ. Para o governo, a empresa não deve ter benefício por remunerar seus executivos com bônus em ações. Entretanto, os pagamentos a empregados ainda poderão ser deduzidos.

“Hoje, é um benefício para essas pessoas que têm a condição privilegiada de ser sócia ou dirigente”, disse Serpa. “Com a nova medida, entendemos que o sistema ficará mais justo. O sócio ou dirigente tem outras condições econômicas e outras formas de ganho direto. O empregado só tem o salário e, eventualmente, essa participação [de recebimento em ações]”, explicou.

Também fazem parte da reforma do Imposto de Renda, mudanças na reorganização de empresas, que, de acordo com o Ministério da Economia, visam impedir que se aproveitem de créditos indevidos quando compram ações ou ativos de outras empresas.

O texto trata ainda de regras claras para apuração do ganho de capital em alienações indiretas de ativos no Brasil por empresas no exterior; apuração trimestral do IRPJ e da Contribuição sobre o Lucro Líquido (CSLL). Hoje há duas opções ,trimestral e anual, e aproximação das bases de cálculo do IRPJ e da CSLL, o que deve reduzir custos e aumentar a eficiência do trabalho de apuração dos tributos pelas empresas.

Investimentos financeiros

A proposta de reforma tributária atinge também o Imposto de Renda de Pessoa Física e a tributação de investimentos financeiros.

De acordo com o Ministério da  Economia, as mudanças no Imposto de Renda para investimentos têm como principais objetivos facilitar a vida do investidor, igualar os benefícios dos grandes para os pequenos, cortar subsídios dos grandes investidores e fazer com que a tributação não defina mais a escolha da aplicação. A caderneta de poupança não será atingida pela reforma e segue isenta de impostos.

Os ativos de renda fixa, como Tesouro Direto e CDB, terão alíquota única de 15%. Hoje, há o escalonamento de 22,5% a 15%, dependendo do prazo de aplicação.

Pela proposta, os fundos abertos também terão a mesma alíquota, de 15%. Os fundos fechados (multimercados) serão tributados da mesma maneira e passam a ter o mesmo tratamento dos fundos abertos para “come-cotas”, que passará a ser recolhido uma única vez no ano (atualmente são duas). No caso dos fundos exclusivos, utilizados por pessoas com mais recursos, eles passarão a pagar como os demais.

Para os Fundos de Investimento Imobiliário (FIIs), não haverá mais a isenção sobre os rendimentos distribuídos a pessoa física, no caso de Fundo de Investimento Imobiliário (FII) com cotas negociadas em bolsa a partir de 2022. A tributação dos demais cotistas cai de 20% para 15% na distribuição de rendimentos, na amortização e na alienação de cotas dentro e fora de bolsa de valores.

Pela proposta, as operações em bolsa de valores passarão a ter apuração trimestral e não mais mensal e a alíquota será de 15% para todos os mercados. Hoje, ela é de 15% em mercados à vista, a termo, de opções e de futuro, e de 20% no day trade (negociação baseada na oscilação de preços ao longo do dia).

De acordo com o Ministério da Economia, a compensação de resultados negativos poderá ocorrer entre todas as operações, inclusive day trade e cotas de fundos negociadas em bolsa. Atualmente, essa compensação é limitada entre operações de mesma alíquota.

Agência Brasil

Confiança da construção cresce 5,2 pontos em junho, diz FGV

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Foto: Jay Ee/Unsplash

O Índice de Confiança da Construção, medido pela Fundação Getulio Vargas (FGV), subiu 5,2 pontos de maio para junho deste ano e chegou a 92,4 pontos, em uma escala de zero a 200 pontos. Essa foi a segunda alta consecutiva do indicador. É o maior patamar desde janeiro deste ano (92,5 pontos). Resultado acima de 100 pontos indica confiança.

O Índice de Situação Atual, que mede a percepção dos empresários da construção sobre o presente, subiu 4 pontos e chegou a 89,5 pontos, maior nível desde fevereiro deste ano (90 pontos). O Índice de Expectativas, que mede a confiança no futuro, cresceu 6,4 pontos e atingiu para 95,4 pontos, maior nível desde de dezembro de 2020 (95,5 pontos).

O Nível de Utilização da Capacidade da Construção subiu 3 pontos percentuais, para 77,4%.

Agência Brasil

Confiança do consumidor atinge maior índice desde novembro de 2020

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Foto: Philip Chow/Unsplash

O Índice de Confiança do Consumidor, medido pela Fundação Getulio Vargas (FGV), subiu 4,7 pontos de maio para junho deste ano. Com a alta, o indicador atingiu 80,9 pontos, em uma escala de zero a 200 pontos, o maior valor desde novembro de 2020 (81,7 pontos).

O Índice de Situação Atual, que mede a confiança no presente, subiu 2,9 pontos e chegou a 71,6 pontos. O componente que mede a percepção dos consumidores em relação à situação econômica geral foi o que mais contribuiu para a alta.

Já o Índice de Expectativas, que mede a percepção dos consumidores sobre o futuro, cresceu 5,9 pontos e atingiu 88,3 pontos, com destaque para a alta do componente que registra o ímpeto de compras para os próximos meses.

“A confiança dos consumidores segue trajetória de recuperação pelo terceiro mês consecutivo. Pela primeira vez desde julho do ano passado, a intenção de compras de bens duráveis avança de forma mais expressiva, o que parece relacionado a um maior otimismo em relação ao mercado de trabalho nos próximos meses, ainda que existam diferenças entre as faixas de renda”, disse a pesquisadora da FGV Viviane Seda Bittencourt.

Agência Brasil

Ipea aumenta previsão de alta do PIB do setor agropecuário

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Foto: Luke Stackpoole/Unsplash

O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) revisou de 2,2% para 2,6% a previsão de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB – soma de todos os bens e serviços produzidos no país) do setor agropecuário para este ano, na comparação com 2020. Os dados, divulgados hoje (23) pelo órgão, indicam também avanço de 2,7% para a produção vegetal e de 2,5% para a produção animal.

De acordo com o Ipea, a razão da revisão para cima foi a melhora no resultado esperado de itens importantes tanto na produção vegetal como animal no ano. O Ipea alerta, no entanto, que a crise hídrica “pode prejudicar mais do que o previsto a produção vegetal, e ao segmento da pecuária de bovinos, que ainda tem incertezas relativas à oferta e à demanda”.

Produção vegetal

Na produção vegetal, a projeção do crescimento de 2,7% no ano deve ocorrer apesar da queda esperada nas culturas, como o café (-21%), o algodão (-19,7%), o milho (-3,9%) e a cana-de-açúcar (-3,1%). A retração nesses segmentos não será “suficiente para comprometer o bom desempenho geral da agricultura sustentada nas altas da produção de soja (9,4%), do arroz (2,8%) e do trigo (27,9%)”.

Produção animal

Já na produção animal, a alta de 2,5% no ano deve ser favorecida pelo crescimento de todos os segmentos conforme a projeção em bovinos (0,9%), nos suínos (6,8%), nas aves (6,5%), no leite (3,2%) e nos ovos (2,3%). O levantamento destacou que mesmo positivo, o desempenho da carne bovina ficou aquém do esperado, compensado pela forte alta de suínos e aves.

Para o pesquisador associado do Ipea e um dos autores do estudo Pedro Garcia, o aumento do consumo de suínos e frangos compensou a desaceleração da carne bovina. “A produção de suínos e frangos foi impulsionada pelo aumento do consumo em substituição ao da carne bovina, que permanece com preço elevado e oferta limitada de animais para abate”.

Riscos

A pesquisa chamou atenção ainda para os principais riscos relacionados ao setor. A necessidade de poupar água para a geração de energia hidrelétrica pode interferir na produção vegetal, agravada pela ocorrência de choques climáticos adversos no centro-sul. Na produção animal, o risco permanece com “uma possível frustração na projeção de crescimento da produção de bovinos, que pode ser impactada por uma recuperação na oferta de animais mais lenta do que o projetado”.

O levantamento considerou as estimativas do Levantamento Sistemático da Produção Agrícola, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), e em projeções próprias para a pecuária a partir de dados das Pesquisas Trimestrais do Abate, Produção de Ovos de Galinha e Leite.

Agência Brasil

Produção industrial cresce em maio

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Foto: Unsplash

A Sondagem Industrial, pesquisa da Confederação Nacional da Indústria (CNI), aponta para resultados positivos em maio de 2021, após a queda na produção em abril. O índice ficou em 52,8 pontos e é o melhor resultado para o mês desde 2017. O índice varia de 0 a 100, com linha de corte em 50 pontos, os dados acima desse valor indicam crescimento e abaixo, queda na comparação com o mês anterior.

Além disso, o índice de evolução do número de empregados subiu para 51,1 pontos. De acordo com a CNI, já são 11 meses seguidos sem que o índice registre queda do emprego na indústria.

A Utilização da Capacidade Instalada (UCI) alcançou 70% em maio de 2021, após crescimento de dois pontos percentuais em relação a abril. A UCI se encontra 15 pontos percentuais acima da registrada em maio de 2020, primeiro mês após a crise da primeira onda de covid-19. O percentual é o maior para o mês desde 2014, quando alcançou 71%.

O índice de estoque efetivo em relação ao planejado registrou 49,2 pontos em maio, um recuo de 0,4 ponto na comparação com abril. Ainda assim, o índice permanece relativamente próximo à linha de 50 pontos, o que, para a CNI, indica que os estoques estão próximos ao planejado pelas empresas. “Esse fato, aliado a atividade positiva, se reflete nas expectativas positivas para os próximos meses”, explicou, em comunicado.

Otimismo

De acordo com a pesquisa, o otimismo dos empresários industriais em relação aos próximos seis meses voltou a crescer em junho, embora ainda não tenha alcançado o pico observado em setembro de 2020. O índice de expectativa de demanda está em 59,9, aumento de 1,2 ponto em relação a maio e 11,2 pontos superior ao registrado em junho de 2020. Esse é o maior nível do indicador em 2021. Já o otimismo em relação à exportação permaneceu praticamente constante em relação ao mês anterior: alta de 0,1 ponto.

A intenção de investimento aumentou em relação a maio e segue acima da média histórica. O índice de intenção de investimento alcançou 57 pontos em junho de 2021, alta de 1,2 ponto em relação a maio. O índice se encontra 15,6 pontos acima do registrado em junho de 2020.

A pesquisa completa está disponível na página da CNI.

Agência Brasil

Privatização da Eletrobras é a maior do país

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Foto: Sigmund/Unsplash

A Secretaria de Desestatização, Desinvestimento e Mercados do Ministério da Economia publicou nota em que afirma que a aprovação da Medida Provisória 1.031/2021 pelo Congresso Nacional, que prevê a privatização da Eletrobras, “representa um momento histórico para o país e chega com 26 anos de atraso”. A primeira tentativa de privatização da empresa ocorreu em 1995.

O texto base da MP, aprovada na Câmara na segunda-feira (21), prevê, entre outras medidas, a emissão de novas ações da Eletrobras, a serem vendidas no mercado sem a participação da empresa, resultando na perda do controle acionário de voto mantido atualmente pela União. A matéria segue, agora, para sanção do presidente Jair Bolsonaro.

Segundo a nota, o texto final aprovado pelo Legislativo traz “expressivas vantagens ao consumidor”, pois a operação pode representar cerca de R$ 100 bilhões aos cofres públicos e promover a reorganização do setor elétrico brasileiro por meio de benefícios como a “redução das garantias físicas das usinas renovadas e as obras de revitalização das bacias; além do direcionamento de mais de R$ 40 bilhões para a CDE [Conta de Desenvolvimento Energético] em benefício da modicidade tarifária de todos os consumidores”.

A estimativa do Ministério de Minas e Energia é de redução de 6,3% na tarifa de energia para por todos os brasileiros. “Em que pese esse número ainda tenha que ser revisado, a partir das alterações finais do texto, fica evidente que a redução tarifária será expressiva”, diz a nota.
 
Ainda de acordo com a nota, sobre o uso das termelétricas de base, considerada a “questão mais polêmica” levantada ao longo da tramitação da MP, os custos de para a construção de eventuais gasodutos estarão embutidos no valor do preço-teto do leilão. Conforme a nota, a proposta das térmicas reduz tarifa e traz segurança ao sistema.

“Esse valor compreende a operação completa: construção da térmica e eventual gasoduto; a contratação do bloco de gás possibilitará o deslocamento das termelétricas a óleo diesel, que custam três vezes o preço-teto proposto e são muito mais poluentes”, destaca.

Em entrevista, o secretário Especial de Desestatização, Desinvestimento e Mercados do Ministério da Economia, Diogo Mac Cord, destacou que o valor de mercado da Eletrobras, após a aprovação da Medida Provisória, aumentou em R$ 30 bilhões.

Ele ressaltou ainda que a privatização renovará a capacidade de investimento da empresa. “A privatização reorganiza o setor elétrico brasileiro, pois elimina os contratos de cota, beneficiando o MRE [Mercado de Realocação de Energia], direciona recursos inéditos para a CDE e promove a redução tarifária”, disse.

Agência Brasil

Economia brasileira evolui mais que o esperado

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Foto: Ryan Loughlin/Unsplash

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) informou hoje (22) que o aumento de 0,75 ponto percentual na taxa básica de juros, a Selic, levou em consideração a “persistência da pressão inflacionária” maior que a esperada, sobretudo entre os bens industriais. Apesar da persistência, o comitê identifica tendência de melhora na economia do país. Na última quarta-feira (16), o Copom elevou a Selic de 3,5% ao ano para 4,25% ao ano.

“Adicionalmente, a lentidão da normalização nas condições de oferta, a resiliência da demanda e implicações da deterioração do cenário hídrico sobre as tarifas de energia elétrica contribuem para manter a inflação elevada no curto prazo, a despeito da recente apreciação do Real”, informou a autoridade monetária ao divulgar a ata da reunião realizada na semana passada pelo comitê.

Apesar da persistência inflacionária apontada, o BC prevê uma “evolução mais positiva do que o esperado” para a economia brasileira, conforme vem sendo identificado nos indicadores recentes que mostram “revisões relevantes” nas projeções de crescimento. Com isso, acrescenta a ata, “os riscos para a recuperação econômica reduziram-se significativamente”.

No cenário externo, a ata registra que estímulos fiscais e monetários em alguns países desenvolvidos têm promovido ”uma recuperação robusta da atividade econômica”, o que corrobora para um cenário mais otimista nesses países.

“No cenário básico, com trajetória para a taxa de juros extraída da pesquisa Focus e taxa de câmbio partindo de US$ 5,052, e evoluindo segundo a paridade do poder de compra, as projeções de inflação do Copom situam-se em torno de 5,8% para 2021 e 3,5% para 2022”, diz a ata.

Levando em conta esse cenário, o Copom prevê uma trajetória de juros que se eleva para 6,25% ao ano em 2020 e para 6,5% ao ano, em 2022. “As projeções para a inflação de preços administrados são de 9,7% para 2021 e 5,1% para 2022. Adota-se uma hipótese neutra para a bandeira tarifária de energia elétrica, que se mantém em ‘vermelha patamar 1’ em dezembro de cada ano-calendário”, complementa.

Na avaliação do BC, manifestada semana passada pelo Copom, foi dito que o cenário indica ser apropriada a normalização da taxa de juros para patamar considerado neutro, de forma a mitigar a disseminação dos atuais choques temporários sobre a inflação. “Não há compromisso com essa posição e que os passos futuros da política monetária poderão ser ajustados para assegurar o cumprimento da meta de inflação”, complementa a nota.

Para a próxima reunião, a expectativa é de “continuação do processo de normalização monetária com outro ajuste da mesma magnitude”. O comitê, no entanto, ressalta que uma deterioração das expectativas de inflação para o horizonte “pode exigir uma redução mais tempestiva dos estímulos monetários”.

Trajetória

Com a decisão, a Selic continua em um ciclo de alta, depois de passar seis anos sem ser elevada. De julho de 2015 a outubro de 2016, a taxa permaneceu em 14,25% ao ano. Depois disso, o Copom voltou a reduzir os juros básicos da economia até que a taxa chegasse a 6,5% ao ano, em março de 2018.

Em julho de 2019, a Selic voltou a ser reduzida até alcançar 2% ao ano em agosto de 2020, influenciada pela contração econômica gerada pela pandemia de covid-19. Esse foi o menor nível da série histórica iniciada em 1986.

Inflação

A Selic é o principal instrumento do Banco Central para manter sob controle a inflação oficial, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).

A taxa básica de juros é usada nas negociações de títulos públicos no Sistema Especial de Liquidação e Custódia (Selic) e serve de referência para as demais taxas de juros da economia. Ao reajustá-la para cima, o Banco Central segura o excesso de demanda que pressiona os preços, porque juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança.

Ao reduzir os juros básicos, o Copom barateia o crédito e incentiva a produção e o consumo, mas enfraquece o controle da inflação. Para cortar a Selic, a autoridade monetária precisa estar segura de que os preços estão sob controle e não correm risco de subir.

O centro da meta inflacionária, definida pelo Conselho Monetário Nacional, está em 3,75%, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. Ou seja, o limite inferior é de 2,25% e o superior de 5,25%.

Agência Brasil

Mercado financeiro eleva expansão do PIB de 4,85% para 5%

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Foto: Michael Longmire/Unsplash

Com base em consultas a instituições financeiras, o Banco Central elevou de 4,85% para 5% a projeção de expansão do Produto Interno Bruto (PIB), que é a soma de todos os bens e serviços produzidos no país, para 2021. 

As estimativas constam do boletim Focus de hoje (21), divulgado semanalmente pelo BC, com a projeção para os principais indicadores econômicos.

Para 2023 e 2024, o mercado financeiro a projeção é de expansão do PIB em 2,50%.

Para 2022, houve um recuo na expectativa, com um crescimento anual menor do que o projetado há uma semana. A projeção caiu de 2,2% para 2,1%. 

Inflação

A previsão do mercado financeiro para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) deste ano subiu de 5,82% para 5,90%. Para 2022, a estimativa de inflação se manteve em 3,78%. Tanto para 2023 como para 2024, a previsão para o índice se mantém em 3,25%. 

A estimativa para 2021 supera o limite da meta de inflação que deve ser perseguida pelo BC. O centro da meta, definida pelo Conselho Monetário Nacional, é de 3,75%, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para cima ou para baixo. Ou seja, o limite inferior é de 2,25% e o superior de 5,25%.

O centro da meta de inflação para 2022 é 3,50% e para 2023, 3,25%, com intervalo de tolerância de 1,5 ponto percentual para os dois anos.

Taxa de juros

O principal instrumento usado pelo BC para alcançar a meta de inflação é a taxa básica de juros (Selic), que é fixada pelo Comitê de Política Monetária (Copom). A previsão das instituições financeiras para a Selic em 2021 registrou alta, passando dos 6,25% previstos há uma semana para 6,50%, conforme o boletim Focus desta semana. O mesmo índice é esperado para 2022, 2023 e 2024.

Câmbio

Com relação ao valor do dólar, a expectativa do mercado para o valor da moeda norte-americana está menor do que a registrada na semana passada, passando de R$ 5,18 para R$ 5,10. Para os três anos seguintes, a projeção é estável, em R$ 5,20 para 2022; em R$ 5,10 para 2023 e em R$ 5 para 2024.

Agência Brasil